31 jan, 2025 - 19:16 • Tomás Anjinho Chagas
Alexandre Poço, vice-presidente do PSD e vice da bancada parlamentar do PSD, acredita que o partido deve mesmo apoiar a candidatura à Presidência da República de Luís Marques Mendes, que confirmou esta sexta-feira que vai ser candidato.
No programa São Bento à Sexta, da Renascença, Alexandre Poço elogia o currículo do advogado, comentador televisivo e ex-líder do PSD, que considera ter o perfil certo para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém.
"Pelo currículo que tem, por ser uma pessoa que os portugueses conhecem e também ainda por ter um posicionamento ideológico claramente ao centro, será um excelente candidato e eu penso que o PSD terá todas as condições de apoiar a candidatura de Luís Marques Mendes", defende o social-democrata e ex-líder da JSD.
Do lado do PS, Pedro Delgado Alves, deputado e vice-líder da bancada, prefere não dizer diretamente quem gostaria de ver a entrar na corrida a Belém, mas destaca que os socialistas devem ter alguém com estatuto internacional, e em comparação com António José Seguro, António Vitorino tem mais.
"Os nomes de que se fala, António José Seguro foi eurodeputado e portanto também tem alguma experiência internacional, António Vitorino notoriamente tem mais", respondeu o socialista, que assegura que tem uma preferência, mas não quis revelá-la (pelo menos diretamente).
Sobre a PEN encontrada no gabinete de Vítor Escária, no Palácio de São Bento, quando era chefe de gabinete de António Costa, Pedro Delgado Alves concorda que os dados eram sensíveis, mas vinca que por isso mesmo fazia sentido estarem guardados dentro de um cofre.
"Para este efeito de conservação de dados com esta sensibilidade, estava guardado no sítio certo, ou seja, não a encontraram numa gaveta, não a encontraram num local à disposição de todas as pessoas, o procedimento de segurança que deve ser adotado nestes contextos estava adotado. Tudo mais não sabemos", defende o vice-presidente da bancada do PS.
Já Alexandre Poço, do PSD, acredita que os políticos não devem comentar processos em curso e, apesar de lamentar a nova violação do segredo de justiça, não se alonga sobre o tema. Os dois deputados afastam, para já a necessidade de ouvir protagonistas no Parlamento a propósito deste caso - como pediu o Chega esta semana.
Quando o tema do debate passou para a imigração, o PSD voltou a elogiar a mudança de posição do PS nesta área e Alexandre Poço considera que os socialistas não podiam continuar a fingir que está tudo bem e rejeita que seja só o Governo a vincar a "cambalhota do PS".
"Houve pessoas dentro do PS a caracterizarem as palavras [de Pedro Nuno Santos] como aproximantes do léxico da extrema-direita, houve pessoas incomodadas, surpreendidas, uma reviravolta no discurso migratório do PS. Isto não foi apenas o governo a salientar, é algo evidente, o Partido Socialista não poderia continuar como uma avestruz com a cabeça enfiada na areia, quando toda a gente estava a gritar que o problema existe e que exige regulação", provoca Alexandre Poço.
Por sua vez, o PS assegura que não deu nenhuma cambalhota no que toca às políticas de imigração, Pedro Delgado Alves argumenta que a realidade mudou e os socialistas adaptaram-se.
"O que o PS reconhece é que a realidade que temos hoje, obviamente, precisa constantemente de atualização", afirmou o socialista, num debate que foi gravado antes do anúncio do PS das novas medidas para a imigração, no Parlamento, na tarde desta sexta-feira.