01 fev, 2025 - 21:30 • Alexandre Abrantes Neves , Olímpia Mairos
Os quatros membros do Bloco de Esquerda, que anunciaram este sábado a demissão da comissão política do partido - depois dos polémicos despedimentos de trabalhadoras pouco tempo depois de serem mães, - afirmam que há falta de cultura democrática no partido
À Renascença, Pedro Soares, um dos membros demissionários fala em tentativas de estrangular a oposição interna.
“O problema é que estamos a ver que há um fechamento enorme. Aquilo que sentimos ao longo destes mandatos, é que a oposição interna, as minorias, quem têm posições críticas, está sujeita a uma espécie de cordel sanitário para que não tenha expressão”, diz.
Segundo Pedro Soares, são necessários mais esclarecimentos, para não se perder a confiança dos eleitores.
“Há atitudes que estão a criar uma crise no bloco, que está a ser devastadora e que está a gerar a incompreensão de boa parte das pessoas”, nota.
“E virar a página é com base em duas questões fundamentais: uma é coragem política para assumir os erros e tirar conclusões, tirar consequências; outra é humildade, é não dizer que já explicámos tudo e que não temos mais nada para explicar”, aponta.
Sobre as quatro demissões da Comissão Política apresentadas por membros da oposição interna, Mariana Mortágua relativizou-as, referindo que se mantêm na Mesa Nacional e que é antigo o seu “distanciamento político” em relação à direção do BE.
Em conferência de imprensa, Mariana Mortágua rejeitou a hipótese de uma comissão de inquérito interna ao caso, mas anunciou que o estatuto dos funcionários vai ser revisto.