02 fev, 2025 - 20:43 • Alexandre Abrantes Neves , Olímpia Mairos , Manuela Pires
Luís Marques Mendes não podia ter sido mais direto para o almirante Gouveia e Melo, quando diz que ter experiência política é decisivo para execer o cargo de Presidente da República.
No último comentário no Jornal da Noite de domingo na SIC, o antigo líder do PSD que apresenta a candidatura à Presidência da República na próxima quinta-feira disse que a experiência é importante na vida, mas para este cargo ainda mais porque significa segurança e previsibilidade.
"A experiência significa segurança, previsibilidade, certeza - quer seja no domínio da saúde, queremos um médico com mais experiência - e num cargo político quer-se experiência política. Neste caso no cargo de Presidente da República não é uma questão politica, experiência é segurança e saber com aquilo que se conta", afirmou Marques Mendes.
O antigo líder do PSD não quis fazer mais comentários sobre o possível candidato Gouveia e Melo, alegando que o almirante está de férias e é preciso esperar pelo anúncio da decisão do antigo chefe da Armada.
"Está de férias e vamos deixar que acabe as férias e que anuncie a sua decisão e depois vão debater ideias", disse.
O antigo governante e líder do PSD deixou ainda as três ideias essenciais pelas quais se vai pautar esta candidatura: ambição, estabilidade e ética. Marques Mendes considera que o país sofre de "doença" que é a falta de ambição considerando que os prortugueses estão resignados e acomodados e quer mudar esta atitude.
"É uma doença que temos, esta pouca ambição e temos de lutar contra isso", avisou Marques Mendes.
Em segundo lugar, o candidato à Presidência da Republica garante que é necessário fazer pontes para garantir estabilidade política no país e deu como exemplo a situação na Madeira que vai de novo a eleições.
"Não podemos passar a vida em crises políticas, em dissoluções e eleições antecipadas, como está a acontecer na Madeira. É preciso ter alguma capacidade para fazer pontes para evitar as crises", referiu.
Por último, o candidato elege a ética como outra bandeira essencial da candidatura para fazer com que as pessoas voltem de novo a confiar na classe política e nos partidos. O comentador lembrou que quando era líder do partido tomou decisões nesta área, que não se limita a falar, e foram decisões que não agradaram a todos os dirigentes do PSD.
"Hoje é preciso ir mais longe na ética, os portugueses estão fartos dos políticos e dos partidos e isso não é bom para a democracia e não se resolve com populismos, mas resolve-se a fazer um maior apelo à ética e tomar decisões para que as pessoas voltem a confiar", disse.
Confrontado com a Sondagem da SIC e Expresso que o colocavam em quarto lugar nas inteções de voto, Mendes diz estar confiante e que vai concorrer às eleições presidencias do próximo ano para tentar ganhar.
"Tomei a decisão depois de muita ponderação e há dois sentimentos que tenho nesta altura, humildade e determinação. Eu não vou concorrer para perder, vou concorrer para tentar ganhar. Mas para mim o que é difícil funciona como um estímulo", avisou Marques Mendes.
O antigo governante e líder do PSD justifica a candidatura à presidência da República como uma forma de retribuir a Portugal tudo aquilo que já recebeu de bom. É a primeira reação do antigo presidente do PSD, desde o anúncio de que vai mesmo entrar na corrida a Belém no próximo ano.
"A conclusão a que cheguei é que o país me deu durante muitos anos coisas fantásticas, experiência, conhecimento, oportunidades. Eu acho que este é o tempo de eu poder retribuir ao país aquilo que o país me deu. Colocar estas condições, este capital, digamos assim, ao serviço dos portugueses", assinalou.
Em declarações à SIC Notícias, à chegada para o último comentário naquele canal de televisão, Marques Mendes disse ainda que vai aceitar qualquer resultado com humildade.
"No final, com tranquilidade, os portugueses decidem sim ou não, e uma pessoa humildemente respeita", disse.
Questionado sobre se não é muito cedo para apresentar uma candidatura, Marques Mendes afirmou que os candidatos têm de lutar contra a banalização.
"É um processo acelerado com certeza, o que significa que vai exigir de todos aqueles que se envolvam neste processo um pouco mais de talento, desde logo para não se banalizarem", apontou.
O comentador e agora candidato à Presidência da República disse ainda que não é cópia de ninguém e que cada um deve afirmar-se com as suas convicções e ideias.
"Eu não sou cópia nem imitação de ninguém, seja do atual, seja de qualquer outro Presidente. Acho que as coisas devem ser, devem ser assim. Cada um deve afirmar-se com as suas convicções, com as suas ideias, com o seu estilo e não ter a preocupação de estar a ser cópia ou limitação, seja de quem for", defendeu.
[notícia atualizada às 22h20 de 2 de fevereiro de 2025
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