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São Bento à Sexta

Tutti-Frutti. Alexandra Leitão desafia socialistas acusados a renunciar a mandatos

07 fev, 2025 - 15:34 • Susana Madureira Martins , João Pedro Quesado

Candidata do PS a Lisboa aponta diferenças entre as acusações de corrupção e prevaricação. Hugo Soares considera que Ângelo Pereira não ficou com capacidade reduzida para "decidir candidaturas de pessoas sérias" às eleições autárquicas.

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Alexandra Leitão desafiou esta sexta-feira os socialistas envolvidos no processo da operação Tutti-Frutti a renunciar aos mandatos em Lisboa. No programa São Bento à Sexta, da Renascença, a líder parlamentar do Partido Socialista (PS) garantiu que pessoas acusadas por crimes de corrupção ou prevaricação no exercício de funções não vão ter lugar nas listas da candidatura da deputada à autarquia de Lisboa.

"Julgo que devem eticamente ponderar, seriamente, se têm condições para continuar. Se, tendo em conta as condições concretas que eu há pouco referi, o tipo de crime, ser no exercício de funções, se devem ou não continuar", elencou Alexandra Leitão.

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Questionada por Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, se "não tenciona ou não incluirá mesmo", a socialista esclareceu: "Se eu souber, não incluirei".

A presidente da junta de freguesia da Penha de França, Ana Sofia Dias, e Rui Paulo Figueiredo, deputado municipal, foram ambos acusados do crime de corrupção no âmbito da operação Tutti-Frutti. A lista de 60 arguidos inclui ainda várias figuras do PSD.

Sobre o caso de Inês Drummond, vereadora da câmara de Lisboa que renunciou ao mandato, Alexandra Leitão apontou diferenças, já que esta "não está acusada de corrupção", mas sim "do crime de prevaricação, que é, enfim, aquele crime onde cai sempre um ilícito administrativo que depois pode ter ou não outras consequências".

"Mas, na verdade, Inês Drummond também não está acusada de nenhum outro crime que não seja prevaricação", disse a socialista, sublinhando que "não há corrupção na acusação dela".

Já no caso de Ângelo Pereira, o líder parlamentar do PSD considera que este "não tem sobre ele nenhuma capsio diminutis (sic) [diminuição de capacidade] para decidir candidaturas de pessoas sérias". Ângelo Pereira suspendeu o mandato de vereador na Câmara Municipal de Lisboa, mas continua como presidente da comissão política distrital do PSD Lisboa.

"O doutor Ângelo Pereira está acusado daquele crime que agora acabei de relatar [recebimento indevido de vantagem], que qualquer cidadão que nos esteja a ouvir diz assim, de facto, se calhar está-se a criar à volta desta personalidade em concreto uma circunstância que não faz sentido", afirmou Hugo Soares, relembrando que "teve o cuidado de dizer aos senhores deputados que são acusados desse crime [corrupção] que não têm condições para o exercício do mandato de deputado".

"Aquilo que melhor pode acontecer é que um cidadão que seja acusado pela prática de um crime e que esteja nessa circunstância não deve ser candidato, por uma questão de responsabilização própria e para não criar um ruído desnecessário", indicou Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, apontando que se um partido "escolhe um candidato que é acusado, desde logo parte em desvantagem relativamente aos outros".

Contudo, o social-democrata apontou que, estatutariamente, não pode tirar ninguém do lugar onde está nas estruturas do PSD, referindo-se não só a Ângelo Pereira como a Luís Newton, e recusou dizer se ambos vão lugar nas listas de candidatos autárquicos.

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