08 fev, 2025 - 01:15 • Susana Madureira Martins
“A ver se o povo se acalma." É desta maneira que um destacado dirigente do PS descreve o ambiente pré-Comissão Nacional do partido, que se reúne este sábado em Setúbal. Sem candidato presidencial para apoiar, a direção do partido prepara-se para apresentar uma proposta que organize o método de decisão do apoio.
A Renascença sabe que Pedro Nuno Santos deverá anunciar, na reunião do órgão máximo do PS entre congressos, uma proposta que defina que órgão ou que órgãos do partido ficarão encarregues de decidir o apoio ao candidato presidencial.
Escolher e apoiar um candidato presidencial “não é coisa para o secretário-geral decidir sozinho”, diz à Renascença o mesmo dirigente socialista já citado.
Uma proposta deste género entra em confronto com a de um referendo interno sobre o candidato presidencial que também será discutida e votada na Comissão Nacional, pela mão de Daniel Adrião, mas que os membros da cúpula socialista apontam como inviável e que, pelos estatutos, só poderia acontecer por deliberação do secretário-geral.
Da Comissão Nacional deste sábado poderá também sair uma definição do calendário do PS para as presidenciais e o perfil do candidato. Isso foi, de resto, admitido pelo presidente do partido, Carlos César, na recente entrevista à "CNN".
O ambiente deverá estar crispado entre os membros da Comissão Nacional, se se tiver em conta as trocas de galhardetes entre costistas e seguristas destas últimas semanas.
Na SIC Notícias, a antiga dirigente do PS Ana Gomes falou de António Vitorino como um advogado lobista e João Soares acusou a direção nacional de fazer “campanha de bullying político” a António José Seguro.
Na direção nacional espera-se por um sinal de António Vitorino, que se mantém a refletir e que estará “mais inclinado para o sim”, segundo um destacado dirigente socialista. Ao mesmo tempo, António José Seguro já definiu que na primavera terá a decisão tomada.
Na já citada entrevista à "CNN", Carlos César referiu que não pode, “como Presidente” do partido, “deixar o PS em posição de lista de espera nas eleições presidenciais”. Neste momento, é como se encontram os socialistas, à espera.