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"Incapaz". PS acusa Governo de não resolver problemas na Saúde

18 fev, 2025 - 13:57 • Isabel Pacheco , Cristina Nascimento Lusa

Pedro Nuno Santos lamenta ainda que Luís Montenegro esteja a "evitar jornalistas" para prestar esclarecimentos sobre o caso da empresa da mulher e dos filhos no setor imobiliário.

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O líder do Partido Socialista (PS) acusou esta terça-feira o Governo de ser "incapaz" de resolver os problemas da saúde, apontando como exemplos os problemas no INEM e a política do "telefone à porta" que agora chegou às urgências do Hospital Amadora-Sintra.

Em declarações aos jornalistas em Braga, durante uma visita a uma empresa de construção, Pedro Nuno Santos disse que aqueles são "exemplos muito vívidos da forma como o Governo é incapaz de resolver os problemas de saúde em Portugal".

Em relação ao INEM, Pedro Nuno considerou inaceitável que "ainda não se tenham retirado verdadeiras consequências políticas de um caso muito grave" registado em 4 de novembro.

Nesse dia, adiantou, oito em cada dez chamadas para o INEM não foram atendidas, tendo morrido oito pessoas.

"Não ouvi ainda uma única palavra da senhora ministra da Saúde ou do senhor primeiro-ministro, e aqui foi uma falha grave do Governo, de incompetência, um Ministério que desvalorizou uma greve, que acordou tarde para o problema. Provou-se, aliás, muito facilmente, que era possível ter evitado a greve, como acabou por ser, entretanto já tinham morrido pessoas, e sabemos agora que oito em cada dez chamadas, naquele dia, não foram atendidas", criticou.

Para Pedro Nuno Santos, este caso é "muito grave, porque é um símbolo da incompetência deste governo".

Por outro lado, o secretário-geral do PS criticou o facto de o Governo estar a estender a todo o país a "política do telefone", obrigando os utentes a ligarem para a linha Saúde 24 antes de irem à Urgência, um sistema que agora chegou ao hospital Amadora-Sintra.

"Aquilo que o Governo está a fazer é fechar a porta e pôr um telefone à porta. São barreiras que se estão a levantar às pessoas para que elas, a seguir, não procurem os hospitais públicos", criticou.

Para Pedro Nuno Santos, o Governo, em poucos meses "já se mostrou absolutamente incompetente, incapaz de resolver os problemas que tinha prometido resolver em campanha".

Questionado sobre se defende a demissão da ministra da Saúde, o secretário-geral do PS respondeu que o que importa é olhar para o Governo e tentar perceber se tem capacidade para resolver os problemas que prometeram em campanha que iam resolver.

"Não é bom" evitar os jornalistas

Nestas declarações aos jornalistas, o líder do PS afirmou ainda que o caso da empresa da mulher e filhos do primeiro-ministro é "muito semelhante" ao que levou à demissão de Hernâni Dias e instou Luís Montenegro a dar explicações "o quanto antes".

"Continuo a dizer que, quanto mais depressa o senhor primeiro-ministro estiver disponível para ser confrontado com os jornalistas melhor, porque a verdade é que todos os dias se adensam novas críticas, novas suspeitas, novas dúvidas", referiu.

Para o secretário-geral do PS, "é muito importante" que Luís Montenegro "dê esclarecimentos, e não é só esclarecimentos escritos, a perguntas escritas, mas sim a jornalistas que lhes vão fazer várias perguntas, que acho que devem ser feitas e devem ser respondidas".

"Acreditamos que há boas explicações, elas têm de ser dadas, e têm de ser dadas o quanto antes", frisou, apelando a Montenegro para que não espere mais para falar sobre um caso "que é muito semelhante ao do seu secretário de Estado que acabou por sair do Governo", Hernâni Dias.

Para Pedro Nuno Santos, "não é bom para a nossa democracia, para a transparência, para a confiança nas instituições, que os políticos decidam evitar os jornalistas para não serem confrontados com perguntas desagradáveis".

Sublinhou que é do interesse de todos, incluindo de Montenegro, "travar qualquer especulação sobre os serviços prestados pela empresa, quem é que prestou, por quem, quem é que trabalha na empresa".

O "Correio da Manhã" noticiou no sábado que a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente. E, uma vez que casou com comunhão de adquiridos, segundo o jornal, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos.

No próprio dia de sábado, porém, o primeiro-ministro classificou como "absurda e injustificada" a sugestão de que poderá existir um conflito de interesses pela possibilidade de a empresa da sua família poder beneficiar da revisão da lei dos solos aprovada recentemente pelo Governo.

Luís Montenegro adiantou, então, que, do vasto objeto social dessa empresa, apenas teve execução a prestação de consultoria no âmbito da proteção de dados pessoais.

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