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Rui Rocha acusa Chega de "desespero total" ao admitir inquérito a Spinumviva

24 fev, 2025 - 15:52 • Lusa

"É o desespero total do Chega", diz Rui Rocha. O presidente da IL considera que André Ventura está a recorrer aos instrumentos parlamentares "para desviar atenções dos enormes problemas que o Chega tem enfrentado devido às pessoas que estão, quer na sua bancada, quer nos diferentes órgãos e posições que o Chega tem no país".

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O líder da IL acusou esta segunda-feira o Chega de "desespero total" ao admitir propor uma comissão de inquérito à empresa Spinumviva, detida pela mulher e filhos do primeiro-ministro, apesar de considerar que este deve dar mais explicações.

Em declarações aos jornalistas após se ter reunido com o conselho de administração cessante do Hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, Rui Rocha foi questionado sobre o facto de o líder do Chega, André Ventura, ter admitido avançar com uma comissão parlamentar de inquérito à empresa detida pela mulher e filhos de Luís Montenegro, caso o primeiro-ministro não esclareça um conjunto de questões.

"É o desespero total. (...) Lançar, de forma indiscriminada, mão de todos os instrumentos - dos que não se aplicam, dos que não fazem sentido, dos que vão muito para lá daquilo que é razoável - é o desespero total do Chega", respondeu o líder da IL.

Rui Rocha considerou que André Ventura está a recorrer a esses instrumentos parlamentares "para desviar atenções dos enormes problemas que o Chega tem enfrentado devido às pessoas que estão, quer na sua bancada, quer nos diferentes órgãos e posições que o Chega tem no país".

No entanto, apesar destas críticas a uma eventual proposta para a constitituição de uma comissão de inquérito, o líder da IL considerou que o primeiro-ministro tem de dar mais explicações sobre a empresa, defendendo que toda esta situação "representa um cartão amarelo a Luís Montenegro" e pode traduzir-se em conflito de interesses.

"Vamos imaginar que um dos clientes dessa empresa - que só existe porque Luís Montenegro estava à frente dela, não vamos dizer o contrário - é uma empresa de armamento. Nos dias que correm, isso é possível. É aceitável que a empresa familiar do primeiro-ministro preste serviço a empresas de armamento e que depois o Governo português tenha de decidir em matéria de defesa?", perguntou.

O líder da IL acrescentou ainda que, do que tem sido divulgado, a Solverde é um dos clientes da empresa de Montenegro, frisando que isso poderá também criar uma situação de conflito de interesses para o Governo, tendo em conta que a Solverde "vai ser provavelmente candidata à renovação da concessão do [jornal] "O Jogo"".

Rocha defendeu que Montenegro deve dar explicações não só sobre a atividade da Spinumviva entre 2021 e 2023, quando ainda não era primeiro-ministro, mas sobretudo sobre 2024 e 2025, quando já liderava o Governo e a empresa continuou com a atividade.

Interrogado se a IL admite avançar com alguma iniciativa para obter esses esclarecimentos adicionais, Rui Rocha disse que o partido poderá enviar perguntas ao Governo, à semelhança do que já fizeram outras forças políticas, e inclusive questionar Montenegro sobre a matéria no próximo debate quinzenal, mas não irá transformar a questão num "circo político".

"O Chega faz o que faz sempre: barulho e não contribui para a solução", acusou.

Nestas declarações aos jornalistas, Rocha foi ainda questionado sobre a postura que Portugal deve adotar relativamente à guerra na Ucrânia, num dia em que se assinalam três anos desde o início do conflito, tendo defendido que a União Europeia (UE) deve continuar a impor sanções à Rússia e Portugal deve estar disposto a contribuir mais em termos de investimento em defesa.

Já interrogado se considera que Portugal deve estar disponível para enviar forças de manutenção da paz para a Ucrânia, como o Reino Unido e a França, Rui Rocha disse que o país já tem forças destacadas em vários pontos do mundo e "não há nenhuma razão" para que também não tenha na Ucrânia, desde que isso não implique o regresso do serviço militar.

"Não faz sentido nenhum, é uma perda de recursos, é também um problema para os jovens e não resolve nenhum problema. Hoje em dia, os teatros de guerra são extremamente especializados, não é o serviço militar obrigatório que prepararia alguém para estar num teatro de operações como este", disse.

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