25 fev, 2025 - 17:06 • Manuela Pires
Henrique Gouveia e Melo, possível candidato à Presidência da República, veio esta terça-feira corrigir o tiro para esclarecer declarações sobre cortes no Estado social para financiar as Forças Armadas.
O antigo chefe do Estado Maior da Armada defendeu “canhões e manteiga”, em declarações num painel da convenção da SEDES Jovem, que decorreu na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
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Gouveia e Melo rejeita que exista “dicotomia” entre aumentar o investimento no setor da Defesa e cortes no Estado social.
O putativo candidato a Presidente da República começou por dizer “claro que não devemos cortar no Estado social”, mas retirar uma pequena fatia não fará diferença.
“Nós gastamos cerca de 64% a 65% da despesa do Estado na área social, se gastarmos 64,5% o Estado social não cai no dia seguinte”, sublinhou.
Esse dinheiro pode ser canalizado para a Defesa e para a indústria militar, afirma Gouveia e Melo, que acredita num país com forças armadas e Estado social fortes.
“Canhões ou manteiga é uma dicotomia que se quer fazer passar, mas é canhões e manteiga. Neste caso, os canhões para proteger a manteiga e a manteiga para sustentar as pessoas que estão a tratar dos canhões”, salientou.
O antigo chefe do Estado Maior da Armada diz que não há pressa e que "há tempo para tomar decisões" sobre uma possível candidatura à Presidência da República.
No final da convenção da SEDES Jovem, Henrique Gouveia e Melo disse aos jornalistas que agora pode participar livremente como cidadão.
“Há muito tempo para decidir, há muito tempo para refletir, não há necessidade de nenhuma pressa. E hoje estou a fazer o meu percurso. Acabei de sair das Forças Armadas, deixei um tempo para me distanciar das Forças Armadas e estou a intervir no espaço público com a minha opinião”, afirmou.
Quatro dias depois de ter dado a conhecer no Expresso o seu pensamento político, Henrique Gouveia e Melo garante que está apenas a participar no espaço público como cidadão.
“Deram-me as boas-vindas, mas isso não quer dizer que tenha chegado à campanha presidencial”, afirma.
"Eu não tenho nenhum tabu, nem é aqui que vou desfazer nenhum tabu. Eu estou a fazer uma participação cívica. Fazer artigos sobre matérias que me interessam desde que as pessoas queiram ouvir acho que é um direito de participação cívica”, disse Gouveia e Melo.
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Questionado sobre quando iria anunciar uma decisão, Gouveia e Melo não adianta qualquer momento, mas asssegura que as férias foram necessárias para se distanciar da Marinha.
“Naturalmente, tinha que fazer um período de descanso. No entanto, a minha intervenção cívica vai continuar e só é limitada pelo interesse ou não que a população tenha nessa intervenção”, disse Gouveia e Melo.
Sobre as críticas que lhe foram feitas às ideias manifestadas no artigo no Expresso, como por exemplo que a Presidência não pode ser um apêndice para os partidos, respondeu que “são perfeitamente legítimas nas sociedades democráticas, tal como as ideias”.
“Neste momento, a minha participação cívica foi fazer um artigo, julgo que era um artigo, na minha perspetiva, interessante, esse artigo teve respostas também que são naturais, faz parte”, concluiu o almirante Gouveia e Melo.
[notícia atualizada às 20h43]