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P​edro Nuno Santos espera explicações cabais da declaração do PM

01 mar, 2025 - 11:39 • Lusa

"Estamos há duas semanas complemente parados a falar sobre este tema", critica o líder do PS.

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O secretário-geral do Partido Socialista (PS) disse este sábado que espera que da comunicação anunciada para o início da noite saiam explicações cabais sobre o caso que envolve a empresa da família do primeiro-ministro.

Pedro Nuno Santos falou esta manhã aos jornalistas, em Freixo de Espada à Cinta, antes do início de uma caminhada a propósito das amendoeiras em flor, tendo dito estar a aguardar as explicações que serão dadas ao país, vincando que espera que "a declaração seja mais do que uma declaração" e que seja a disponibilidade para responder a todas as perguntas feitas pelos jornalistas e não apenas "a duas ou três selecionadas".

"Estamos há duas semanas complemente parados a falar sobre este tema e isso também deve fazer o senhor primeiro-ministro pensar. Podia ter morto o tema, se é que consegue, mais cedo. Está paralisado, fechado no seu gabinete há pelo menos 15 dias, (...) sem que dê explicações cabais", respondeu Pedro Nuno Santos sobre quais as expectativas para o que será dito hoje por Luís Montenegro.

Para o secretário-geral do PS, com a falta das explicações entendidas como necessárias, Luís Montenegro tem contribuído para manter o tema na agenda e, ao mesmo tempo, para a degradação das instituições, bem como da confiança dos cidadãos nas mesmas.

"(...) Nós temos muitos problemas no país que estão sem solução. Temos neste momento um Governo sem propósito e sem desígnio (...)", considerou.

O primeiro-ministro anunciou esta sexta-feira ter convocado um Conselho de Ministros extraordinário para hoje e uma comunicação ao país sobre decisões pessoais e políticas acerca da empresa detida atualmente pela sua mulher e os seus filhos.

"Amanhã [hoje] às 20:00 horas comunicarei ao país as minhas decisões pessoais e políticas sobre esta matéria para que o Governo possa governar, concentrar toda a sua atenção, toda a sua disponibilidade, a servir o interesse do país e dos portugueses", referiu.

A Spinumviva, empresa detida pela mulher e pelos filhos do primeiro-ministro, divulgou na sexta-feira os nomes dos seus clientes, os ramos de atividade e os nomes dos seus trabalhadores.

"As empresas que mantêm um vínculo permanente com a consultora Spinumviva, Lda, na área da implementação e desenvolvimento de planos de ação no âmbito da aplicação do Regulamento Geral de Proteção de Dados são: Lopes Barata, Consultoria e Gestão, Lda; CLIP - Colégio Luso Internacional do Porto, SA; FERPINTA, SA; Solverde, SA; Radio Popular, SA.", lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.

No dia em que o semanário Expresso noticiou a ligação da Solverde, que gere os casinos de Espinho, à empresa que foi detida pelo primeiro-ministro, a Spinumviva justificou a divulgação das suas relações comerciais e ramos de atividade com a "defesa do seu bom nome e, sobretudo, de todos os seus clientes".

Através "colaboradores qualificados", a empresa indica os 25 ramos de atividade em que prestou serviços e divulga os nomes dos seus dois colaboradores, a advogada Inês Patrícia e o jurista André Costa, ambos licenciados em Direito e a trabalhar com a Spinumviva desde 2022.

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