05 mar, 2025 - 19:25 • Diogo Camilo
O Presidente da República diz que vai esperar pelo anúncio e votação de uma moção de confiança anunciada pelo Governo e aponta para eleições em maio se moção de confiança do Governo for rejeitada, referindo estar "está de olho em todos os cenários".
A falar a partir de Viseu, no final da discussão da moção de censura ao Governo, que acabou chumbada no Parlamento com os votos do PSD, CDS e Iniciativa Liberal e a abstenção de PS e Chega, Marcelo Rebelo de Sousa começou por fazer um resumo do "processo político em curso", que diz ter entrado agora numa "nova fase".
Marcelo refere que tudo começou com base em "dúvidas suscitadas pela comunicação social", recordando que estava de partida para uma visita de Estado ao Brasil. Lembrou que aí Montenegro deu as primeiras respostas ao caso e que respondeu no Parlamento sobre as primeiras dúvidas.
"O primeiro-ministro pensa que esclareceu suficientemente, os partidos acham que não e funciona assim", afirmou, referindo a declaração de Montenegro ao país, que reagiu "da forma como entendia reagir" e convidou a oposição a demonstrar a sua confiança no Governo.
Política
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No caso de ser rejeitada, refere o Presidente da República, "naturalmente" convocará os partidos políticos e o Conselho de Estado no dia seguinte ou dois dias depois para ouvir a opinião para poder estabelecer um calendário de itnervenção o "mais rápido possível" que aponte para eleições em maio.
Para Marcelo, cabe-lhe a si "minimizar os custos em termos de efeitos e maximizar a celeridade e rapidez no enfrentar da situação", lembrando que o Orçamento para este ano está aprovado e que a negociação do próximo não acontece já.
Assim, diz o chefe de Estado, está "de olho em todos os cenários", referindo que a primeira data possível para eleições será entre 11 e 18 de maio, e que tem a “obrigação” de “pensar em qual é o esquema, o calendário, o mais possível”, registando que PSD e CDS "querem manter a mesma liderança numa eventual eleição”.
O Presidente da República anunciou ainda que vai cancelar a visita de Estado à Estónia, que deveria ocorrer na próxima semana, para acompanhar a crise política instalada com a apresentação de uma moção de confiança.
Em declarações aos jornalistas em Viseu, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "não faria sentido que o Presidente estivesse fora do território" nacional quando o parlamento vai votar uma moção de confiança no Governo.
O chefe de Estado admitiu que o debate e votação da moção de confiança poderá ser debatida e votada no parlamento na próxima quarta-feira.