06 mar, 2025 - 11:25 • Manuela Pires , Ana Kotowicz
Em nome da "estabilidade política", o Governo vai apresentar à Assembleia da República uma moção de confiança por considerar que o país precisa de clarificação e por considerar que este é o momento certo para a conseguir.
"Para garantir a estabilidade política efetiva, imprescindível às condições necessárias para que possa prosseguir a execução do seu Programa de transformação do país, é com pleno sentido de responsabilidade e exclusivo foco no interesse nacional que o Governo submete a presente moção de confiança", lê-se no texto aprovado pelo Conselho de Ministros nesta quinta-feira.
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Luís Montenegro anunciou a moção de confiança no Parlamento e, nem 24 horas depois, o Conselho de Ministros aprovou o texto que vai dar entrada no Parlamento esta quinta-feira, embora saiba, à partida, que o chumbo está garantido uma vez que o PS, o Chega e o Bloco de Esquerda anunciaram já o voto contra.
No comunicado enviado às redações, o Governo diz que é hora de cada um assumir as suas responsabilidades.
"No nosso sistema constitucional, o Governo depende do Parlamento. Não devem, portanto, subsistir dúvidas quanto às condições que o Governo dispõe para continuar a executar o seu Programa", lê-se no documento. Nesse sentido, Montenegro "teve oportunidade de instar os partidos políticos a declarar, sem tibiezas, se conferiam o direito, ao Governo, de executar o seu programa" viabilizado pelo Parlamento há menos de um ano.
A moção de confiança aponta críticas aos partidos da oposição, mas é o Partido Socialista quem tem direito a um parágrafo inteiro, com o Governo a acusar o maior partido da oposição de ter "uma férrea vontade de aprofundar um clima artificial de desgaste e de suspeição ininterrupta sobre o Governo".
"As respostas de parte relevante dos partidos, designadamente do Partido Socialista, enquanto maior partido da oposição, não permitem a clarificação política que o país precisa", conclui o executivo de Luís Montenegro.
O Governo lembra ainda que depende do Parlamento e que não devem "subsistir dúvidas quanto às condições que dispõe para continuar a executar o seu programa.
No texto da moção de confiança, o Governo elenca as várias medidas que tomou ao longo destes 11 meses, como o aumento de pensões ou o início "do processo de construção de 59.000 novas casas públicas".
Na véspera, durante a discussão da moção de censura apresentada pelo PCP — a segunda em 15 dias — o primeiro-ministro anunciou que o Governo ia avançar com uma moção de confiança que, se for chumbada, determina a queda do Governo. Isto depois de, no sábado, durante uma declaração ao país ter instado a oposição a avançar com uma moção de censura. A alternativa seria o Executivo avançar com uma moção de confiança.