07 mar, 2025 - 17:21 • Susana Madureira Martins
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse esta sexta-feira aos jornalistas que a moção de confiança que o Governo irá apresentar no Parlamento na terça-feira é a “última oportunidade” das oposições para evitarem a crise política e clarificou que não basta ao PS retirar a proposta de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito.
Falando no final do Conselho de Ministros, Leitão Amaro disse que as declarações do ministro Adjunto e da Coesão Territorial ao jornal Observador foram “truncadas” e que Manuel Castro Almeida o que fez foi usar “uma soma de condições aditivas” para “haver uma clarificação definitiva das condições de governabilidade”.
“O instrumento ou a ameaça do instrumento de uma comissão parlamentar de inquérito é apenas uma das manifestações que é insustentável”, sintetiza Leitão Amaro. O ministro da Presidência desafia, por isso, as oposições, “em particular o PS” para que clarifiquem em “definitivo, se entendem ou não que existem condições de governabilidade”.
A moção de confiança é mesmo para avançar e é considerada pelo Governo o instrumento que pode clarificar a posição dos partidos no Parlamento. Leitão Amaro acusa o PS de adotar uma “tática da degradação, da erosão das condições de governabilidade” e que a comissão de inquérito foi “só mais um” instrumento dessa estratégia, segundo o governante.
“Só há eleições, se existir um voto do Partido Socialista e um voto do Chega”, salienta o ministro da Presidência. E a moção de confiança é considerada pelo executivo como “a última oportunidade para uma clarificação”.
Questionado sobre o objetivo de alcançar uma maioria absoluta, na sequência de eventuais eleições legislativas antecipadas, Leitão Amaro recusa fazer cenários, mas reconhece, por exemplo, a vantagem de um Governo com "condições fortes e claras de governabilidade" para a fase seguinte de adjudicação das Parcerias Público Privadas em cinco hospitais do país.