07 mar, 2025 - 14:07 • João Pedro Quesado
Manuel Castro Almeida propôs esta sexta-feira que o PS desista da comissão parlamentar de inquérito à empresa familiar de Luís Montenegro para o Governo retirar do Parlamento a moção de confiança, disse o ministro da Coesão Territorial ao Observador. A moção tem chumbo pré-anunciado por PS, Chega, Bloco de Esquerda, PCP, Livre e PAN, o que levará à queda do Executivo.
Castro Almeida afirmou estar “convencido que não vamos chegar à moção de confiança sem que o primeiro-ministro tenha respondido a todas as questões”, e apontou que “há condições para moção de confiança poder ser retirada” caso o PS “declarar que se considera satisfeito com os esclarecimentos dados e que retira a comissão parlamentar de inquérito”.
“Dissemos, desde o princípio, que não queremos levar o país para eleições e que as eleições são absolutamente indesejáveis. Agora, será um mal necessário se não houver da parte do PS a formulação de que há condições para que o Governo cumpra o seu programa”, referiu o ministro Adjunto, sublinhando ainda que “o Governo não está aqui para estar a ocupar o lugar da cadeira do poder”, e que “ou tem condições de executar o seu programa, tomar medidas, continuar a reformar o país, ou não vale a pena”.
Crise política
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“Será a contragosto que vamos para eleições. Mas quem as provoca de facto é o PS”, atirou Manuel Castro Almeida, continuando a colocar o ónus da crise política na oposição — uma estratégia que começou logo no debate da moção de censura do PCP, na quarta-feira.
O PS anunciou, na segunda-feira, uma comissão parlamentar de inquérito potestativa aos negócios da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro. O requerimento potestativo torna a comissão parlamentar obrigatória e dá ao PS a liderança dos trabalhos.
Esta quinta-feira, em Bruxelas, Luís Montenegro disse que a moção de confiança era “uma última oportunidade” para os “partidos de concederem, ou não, ao Governo a possibilidade de executar o programa”. Contudo, se os partidos “entenderem que não têm condições, terá de ser o povo português a resolver esse impasse”, sublinhou o primeiro-ministro.