10 mar, 2025 - 20:11 • Ricardo Vieira
O secretário-geral do PS reafirma que não vai viabilizar a moção de confiança ao Governo, que será votada na terça-feira. Pedro Nuno Santos considera que as respostas do primeiro-ministro por escrito "não são suficientes".
Em entrevista à SIC esta segunda-feira à noite, Pedro Nuno Santos afirma que evitar eleições antecipadas "só retirando a moção de confiança".
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, quer eleições antecipadas e "a moção de confiança é um pedido de demissão cobarde", acusa o líder socialista.
"Pela credibilidade, não podemos voltar atrás", afirma. “É inaceitável que o PS depois de ter há uma semana, há duas semanas, dizer que chumbava moção de confiança, mudar de posição", sublinha.
Pedro Nuno Santos defende a relevância de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) aos negócios de Luís Montenegro.
Afirmou que o PS fez perguntas orais ao primeiro-ministro no Parlamento sobre a sua empresa familiar, “que valem tanto como as escritas” e que Luís Montenegro não respondeu.
“As respostas escritas não são suficientes para esclarecer as suspeitas que recaem neste momento sobre esta empresa”, sustentou, referindo-se às respostas por escrito ao BE e Chega que o primeiro-ministro fez hoje chegar ao parlamento.
A comissão parlamentar de inquérito “é o único instrumento que permite ter acesso a prova documental”.
“Não podemos ter um primeiro-ministro que recebe avenças a troco de serviços que não são prestados. Gera insegurança sobre autonomia do primeiro-ministro em relação a empresários”, acusa o secretário-geral do PS.
Questionado sobre o seu futuro político em caso de derrota nas legislativas antecipadas, Pedro Nuno Santos responde que "partimos para eleições focado na vitória".
"Precisamos de um rumo, porque este Governo depois da distribuição do excedente orçamental do PS não tem rumo", sustenta.
O líder socialista desvaloriza as sondagens e afirma que "Luís Montenegro está pior do que há um ano" e que a "confiança no primeiro-ministro quebrou-se" com o caso da empresa familiar Spinumviva.