Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Crise Política

Miguel Relvas: "Montenegro terá ainda de dar explicações mais cabais"

11 mar, 2025 - 06:45 • Manuela Pires

O antigo ministro de Passos Coelho pede ao Presidente da República para não dissolver o Parlamento. Em declarações à Renascença, pede ao primeiro ministro para dar todas as explicações sobre a empresa familiar.

A+ / A-

Miguel Relvas conhece bem o primeiro-ministro e tem a certeza de que Luís Montenegro é uma pessoa “honesta e íntegra”, mas em declarações à Renascença aponta falhas à forma como o primeiro-ministro geriu o caso da empresa familiar e desafia-o a dar mais explicações sobre a Spinumviva, que está agora nas mãos dos filhos de Montenegro.

“Não tenho dúvidas de que o primeiro-ministro é uma pessoa honesta, uma pessoa íntegra, mas a meu ver cometeu um erro de avaliação e de explicação sobre as possíveis incompatibilidades que existiam. Devia ter sido mais rápido, mais lesto e mais profundo nas respostas, não é isso razão suficiente para estar nesta situação”, diz Miguel Relvas.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

Relvas lembra que, quando regressou ao Governo, suspendeu a atividade empresarial e garante que o primeiro-ministro também devia ter seguido o mesmo caminho, caso contrário, Montenegro não tem outra saída senão dar mais explicações.

“O primeiro-ministro terá ainda de dar explicações mais cabais. Eu estou à vontade porque quando fui para ministro também não estava na vida política e suspendi a atividade da minha empresa. É assim que eu entendo que deve ser feito, não fez, dá as explicações e o país compreenderá, porque estamos a falar de uma pessoa íntegra e de uma pessoa honesta”, remata Miguel Relvas.

A poucas horas de a Assembleia da República discutir e votar a moção de confiança apresentada pelo Governo de Luis Montenegro, que tem chumbo garantido, Miguel Relvas faz um último apelo a todos os intervenientes de forma a evitar eleições antecipadas.

“Eu acho que é muito importante que haja adultos na sala e que se encontre aqui um entendimento que favoreceria o país de uma forma clara e que criaria condições para que pudéssemos voltar aos problemas reais com que os portugueses são confrontados no seu dia-a-dia e acabar com esta politiquice barata que está aí em cima da mesa”, diz Relvas em declarações à Renascença.

Marcelo não devia dissolver o Parlamento

Para além de Montenegro e Pedro Nuno Santos, o antigo ministro do PSD coloca também na equação o Presidente da República, que no seu entender não devia dissolver o Parlamento e tentar encontrar uma forma de evitar levar o país a eleições antecipadas.

“O senhor Presidente da República deve fazer o inverso daquilo que fez na última quinta-feira. Aterrou em Viseu e deu o calendário das próximas eleições sem ter ouvido o Conselho de Estado. Parece que tem uma vontade clara em que existam eleições”, diz.

“O país não quer eleições, as eleições são más para o país, podia ficar tudo na mesma ou ainda pior, e sabendo nós que a partir de 9 de setembro não podem ser marcadas eleições, o país fica mergulhado numa situação de instabilidade, numa inquietude permanente que os portugueses não merecem”, avisa Miguel Relvas.

O antigo governante recusa responder se Montenegro vai fragilizado para eleições, mas mostra preocupação com o PSD avisando que só Montenegro pode evitar o pior e dar explicações para evitar eleições.

“Eu li o que o doutor Jorge Moreira Silva disse, também tenho preocupações e ainda estamos a tempo de dar respostas sobre as dúvidas que existem, se não o fizermos será particularmente difícil aquilo que vamos ter pela frente”, avisa Relvas.

Considera também que a atual crise política “é uma situação artificial, desajustada e desadequada” e apela ao bom senso para evitar que o país vá de novo a eleições legislativas antecipadas. E a solução passa por Luís Montenegro.

“O PSD acredita no líder do partido e o líder do partido tem que saber responder às dúvidas que estão a ser questionadas e a ser geradas na sociedade portuguesa. Só ele é que pode dar resposta a estas questões”, conclui Miguel Relvas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • João A. Lopes
    11 mar, 2025 Porto 12:53
    «Um Estado que não se regesse segundo a justiça, reduzir-se-ia a um bando de ladrões». Agostinho de Hipona (354-430).

Destaques V+