11 mar, 2025 - 21:00 • João Malheiro
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Depois do chumbo da moção de confiança ao Governo e, agora, praticamente garantido que haverá eleições legislativas antecipadas, o primeiro-ministro e o líder da oposição trocaram acusações sobre quem tem responsabilidade pela crise política.
Luís Montenegro foi o primeiro a falar à imprensa. No final do debate no Parlamento, alegou que foi o PS que "não quis respostas" e que tudo foi feito para conciliar a comissão de inquérito proposta pelos socialistas.
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"PS manteve-se intransigente na sua proposta de uma comissão parlamentar de inquérito prolongada no tempo. Com isso, querendo a degradação política e que um impasse gerado pudesse ser o mais longo possível", acusa o social-democrata.
O líder do executivo que tombou esta terça-feira no Parlamento diz que nunca obteve resposta do PS, porque o partido "não quer respostas". Montenegro rejeita que o chumbo da moção de confiança tenha manchado a sua imagem, considerando que "quem sai fragilizado é o país".
"Um Governo que não tem maioria, que depende da legitimação do parlamento para executar o seu programa, quando está posta em causa, tem de ter coragem e humildade de pedir isso ao parlamento", lamentou.
Quem também lamentou o que aconteceu esta terça-feira na Assembleia da República foi Pedro Nuno Santos, mas por razões diferentes. O secretário-geral do PS diz que o Governo teve uma atitude "grave" e uma atuação "vergonhosa".
Para o líder da oposição, o primeiro-ministro "não tem condições nem dimensão nem estatuto para governar o país". Como foi dizendo ao longo de toda a tarde, Pedro Nuno Santos não compreende por que é que Luís Montenegro não retirou a moção de confiança e aceitou a comissão de inquérito.
Questionado sobre se seria possível aceitar alguma proposta para encurtar o tempo de um eventual escrutínio parlamentar a Luís Montenegro, o secretário-geral do PS rejeitou que "o escrutinado determine as regras".
"As comissões parlamentares de inquérito servem para apurar a verdade. A minha durou cinco meses", recordou Pedro Nuno Santos, referindo-se à comissão de inquérito sobre a sua gestão da TAP.