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MOÇÃO DE CONFIANÇA

Mortágua lamenta "falta de respostas", Montenegro fala em "lágrimas de crocodilo" de Ventura

11 mar, 2025 - 15:54 • Diogo Camilo , Eduardo Soares da Silva , Filipa Ribeiro , João Pedro Quesado

Bloco de Esquerda questiona primeiro-ministro sobre por que apresenta a moção de confiança, se não quer eleições. Líder do Chega diz estar "convencido" que partido vai vencer eleições, Montenegro responde-lhe que "gosta de ir aos restos das outras listas" para preencher a sua bancada parlamentar.

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Depois de declarações iniciais, e de ser confrontado com a falta de esclarecimentos sobre todo o caso da sua empresa familiar, Luís Montenegro voltou a oferecer-se para suspender o debate da moção de confiança e justificou as poucas respostas nos esclarecimentos por escrito por ter tido apenas "dois dias para responder a essas perguntas".

O primeiro a falar depois do discurso do primeiro-ministro foi Paulo Núncio, do CDS, que aproveitou o seu tempo para desafiar não Montenegro, mas Pedro Nuno Santos para que o PS não chumbe a moção que vai a votos esta terça-feira.

Seguiu-se Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, que questionou Montenegro por que apresenta a moção de confiança, se não quer eleições. "A resposta é só uma, se o senhor primeiro-ministro pudesse continuar, continuava", declarou a líder bloquista.

Indicando que, para si, nunca esteve em causa um "conflito com a Spinumviva em matéria de interesses", Mortágua afirma que a empresa familiar do primeiro-ministro "não é nada daquilo que tentou fazer crer" no primeiro debate de moção de censura, a 21 de fevereiro, e que "a empresa que tem clientes que continuaram a pagar avenças", levando o Bloco a entender que Montenegro "tinha omitido informação".

Mortágua referiu ainda que, nas respostas aos partidos desta segunda-feira, não acrescenta "nenhuma informação" à que já tinha sido divulgada.

Em resposta, Montenegro disse estar "disponível para aprofundar mais" os esclarecimentos que diz já ter dado, e justificou as respostas ao Bloco de Esquerda com ter tido apenas "dois dias para responder a essas perguntas".

E depois, voltou a propor a suspensão do debate, como já tinha feito durante o discurso inicial.

"Podemos suspender este debate e organizar a forma como o Parlamento, e em particular o PS, quer que eu responda a essa", afirmou Luís Montenegro. Depois, foi corrigido por Aguiar-Branco, que recordou que é preciso pedir uma suspensão do debate à mesa da Assembleia da República.

Ventura diz que Chega "vencerá próximas eleições", Montenegro lamenta "lágrimas de crocodilo"

O líder do Chega falou a seguir a Mariana Mortágua, dizendo acreditar este é o último debate sobre o Governo da AD e assumindo estar "convencido de que o Chega vencerá as próximas eleições".

Ventura lembrou a expressão "não é não", utilizada por Montenegro, para selar o chumbo pré-anunciado pelo Chega, e voltou a pedir a Luís Montenegro que assuma se é candidato nas próximas eleições, mesmo que seja investigado pela Procuradoria-Geral da República.

Apontando para a bancada do PS, o líder do Chega acusou ainda Montenegro de que a sua "arrogância" vai voltar a colocar o PS no Governo.

Em resposta, Montenegro disse registar as "lágrimas de crocodilo" de André Ventura e acusa o Chega de votar lado a lado com o PS em várias ocasiões.

"Queixou-se de falta de entendimento entre Chega e Governo, mas nestes 11 meses há um flagrante entendimento entre Chega e o PS. Foi na eleição do presidente da Assembleia da República, na redução do IRS para classe média, assim foi no IVA da eletricidade. Foram mais as vezes em que esteve de braço dado com o PS do que as que não esteve. Por razões mesquinhas da política, o Chega sucumbiu à ideia de governação do PS", afirmou o primeiro-ministro.

Montenegro respondeu também a Ventura sobre os cargos atribuídos a autarcas em fim de mandato.

"É verdade que muitos autarcas acumularam competências que os habilitam a desempenhar outras funções. Não há problema em assumir, já o deputado gosta de ir aos restos das outras listas para compor as suas bancadas", atirou.

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