10 mar, 2025 - 21:19 • Ricardo Vieira , Diogo Camilo
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, que garante que, "com certeza", avança com nova candidatura a prováveis eleições legislativas antecipadas mesmo se for constituído arguido.
Em entrevista à TVI, na véspera da votação da moção de confiança ao Governo, Luís Montenegro afirma que não tem nenhuma razão para se demitir e manifesta uma convicção: "não cometi nenhum crime" no âmbito da empresa familiar Spinumviva.
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"Não me demito porque não tenho razão para me demitir. No momento em que eu tiver consciência de que há uma razão para cessar funções, não é preciso ninguém apontar-me a porta", disse o primeiro-ministro, que também não desiste da moção de confiança, que vai ser debatida e votada na terça-feira.
O Conselho Nacional do PSD vai reunir-se ainda esta semana. “Eu só quero estar à frente do PSD se o PSD quiser, todos os elementos de que disponho é que essa é a vontade" do partido, afirmou o líder social-democrata.
Luís Montenegro admite que poderá ter cometido erros na gestão da crise política, mas garante que não está "agarrado a nada que não seja o vínculo com a responsabilidade de transformar a vida das pessoas", no âmbito das suas funções governativas.
Durante a entrevista, argumentou que nunca recebeu dividendos da empresa familiar. "A minha mulher não me transmitiu um único cêntimo da empresa", declarou.
Também disse querer contar a historia destas ações do BCP, antecipando que um dia irá aparecer “nas notícias”. Revelou que vendeu as ações que detinha, desde 1998, na semana antes de tomar posse como primeiro-ministro.
“Eu decidi vender essas ações na semana anterior a ter tomado posse como primeiro-ministro. Vendi essas ações e tive até uma mais-valia muito significativa que, aliás, vai constar na minha declaração de rendimento deste ano”, disse o chefe do Governo, precisando que essa mais-valia foi de 200 mil euros.
O primeiro-ministro foi também questionado sobre porque razão optou por viver num hotel de 5 estrelas quando está em Lisboa – enquanto a sua casa na capital está em obras – em vez de na residência oficial.
“Por acaso, já estou aqui na residência em São Bento”, anunciou, dizendo ter optado por um hotel por achar que “tinha direito a ter uma vida mais privada, mais recatada” e longe do local de trabalho.
O primeiro-ministro afirmou que pagava cerca de 250 euros por noite no hotel, pagos por si, mas que quando começou a ter “câmaras à frente” desse local decidiu experimentar morar em São Bento.
“Estou a viver aqui no único quarto sobrante da antiga residência, que fica entre os gabinetes dos meus assessores. Pronto, tem sido uma experiência diferente, não tem cortinas e, portanto, tenho que estar um bocadinho mais sombrio, mas tirando isso...”, rematou.