Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

MOÇÃO DE CONFIANÇA

Pedro Nuno acusa Montenegro de "querer evitar comissão de inquérito"

11 mar, 2025 - 16:17 • Diogo Camilo , Eduardo Soares da Silva , Filipa Ribeiro , João Pedro Quesado

Líder do PS diz que primeiro-ministro "só se pode queixar de si próprio" e que uma comissão de inquérito "é fundamental para dissipar qualquer dúvida e suspeita". Montenegro pede "seriedade" e diz que o socialista "anda há meses" a lançar dúvidas e a "degradar todo o sistema político".

A+ / A-

Chegou a altura do líder do Partido Socialista falar e Pedro Nuno Santos acusa o primeiro-ministro de "querer evitar uma comissão de inquérito" e que o PS deu "todas as condições" para a governação. Em resposta, Luís Montenegro pediu "seriedade" ao líder socialista, referindo que "anda há meses" a lançar dúvidas e a "degradar todo o sistema político".

"Se quer evitar, tem uma solução: retira a moção de confiança. Já sabe o que queremos saber, o requerimento já foi entregue", começou por dizer o líder socialista, lamentando que o chefe de Governo tenha montado "um teatro, arrastando o partido, o Governo e o país consigo".

Pedro Nuno Santos diz que o primeiro-ministro pode ter empresas, mas refere as questões que tem com a vida empresarial de Montenegro.

"O problema é que a sua não representa a maioria esmagadora das empresas. A vida de empresário é difícil. A empresa que o contratou, pelo valor pago, poderia ter contratado uma Deloitte, mas contratou um advogado que não tem experiência nem currículo na restruturação de empresas e gasolineiras. É normal que qualquer português tenha estas dúvidas", salienta.

Nesse sentido, Pedro Nuno Santos considera que "a comissão de inquérito é fundamental para dissipar qualquer dúvida e suspeita".

O socialista, que indicou que Montenegro "só se pode queixar de si próprio" e que esta moção de confiança é "da sua exclusiva responsabilidade", defende-se ainda de acusações feitas pelo primeiro-ministro.

"Desde o dia 10 de março de 2024, o PS deu todas as condições para que governasse. Chumbámos a moção de rejeição do programa de Governo, viabilizámos o vosso presidente da Assembleia da República e o vosso orçamento e chumbámos duas moções de censura. Mas sempre dissemos que nunca votaríamos a favor de uma moção de confiança", refere.

"As circunstâncias mudaram para pior. Hoje, temos muito mais razões para chumbar a moção de confiança", completou.

Durante o discurso, o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, foi obrigado a interromper duas vezes o discurso para pedir mais silêncio no parlamento: "É normal que existam divergências, mas temos de nos ouvir uns aos outros. Boicotam-se uns aos outros e os portugueses não percebem nada."

Montenegro pede "seriedade". "Quer andar meses a degaradar todo o sistema político""

Depois de ouvir Rui Tavares, o líder do Livre, e o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, o primeiro-ministro decidiu dedicar todo o tempo da sua resposta a Pedro Nuno Santos.

"Vamos ser sérios. Vamos falar de forma séria, responsável, consequente, à altura da maturidade da nossa democracia e responsabilidade de quem tem em mãos governar hoje e amanhã. O país hoje é governado por mim, amanhã será por mim ou por si. Falemos ao nível do sentido de responsabilidade que as nossas condições impõem, com respeito pelos restantes partidos", começou por dizer.

Montenegro acusa o líder do PS de andar "semanas a alimentar suspeições sobre a minha conduta antes de ser presidente do PSD".

Sobre o valor recebido no negócio com a gasolineira de Braga, Montenegro garante que "gerou milhões de euros de atividade empresarial" e que "a melhor entidade para justificar o preço é a atividade ao qual foi prestado o serviço".

O primeiro-ministro acusa ainda Pedro Nuno Santos de ocultar os seus verdadeiros interesses. "Não quer escrutinar a minha atividade, os conflitos de interesse, tem é curiosidade como faturou, como se relacionou com os clientes. A Assembleia não costuma fazer isso, mas eu não me importo que faça isso. Assuma, com frontalidade, que é essa a sua pretensão. O que quer não está escrito nesse requerimento, está por trás. Quer andar meses lançar dúvida e suspeição e degradar todo o sistema político. Damos uma última oportunidade", disse, antes de ficar sem tempo e ver o seu microfone ser desligado.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+