11 mar, 2025 - 10:28 • Manuela Pires
O PSD marcou para amanhã, quarta-feira, o primeiro Conselho Nacional extraordinário do ano para analisar a situação política. A reunião é marcada para o dia seguinte à mais que provável queda do governo, com o chumbo da moção de confiança.
Segundo a Renascença apurou, a reunião que vai ter lugar num hotel em Lisboa foi convocada ontem, dia 10, e é a primeira desde que surgiu a crise política.
Há quase um mês que a polémica que envolve a empresa familiar do primeiro-ministro está a dominar a atualidade política, e só na semana passada o PSD quebrou o silêncio com os presidentes das estruturas distritais a saíram em defesa de Luis Montenegro.
A poucas horas do debate da segunda moção de censura foi divulgado um comunicado onde os presidentes das distritais do partido e das duas comissões políticas regionais dos Açores e da Madeira decidiram tomar posição pública e “unânime” sobre a situação política atual.
No comunicado enviado à Renascença, os dirigentes elogiam o primeiro-ministro e criticam o partido socialista que, a par de outros partidos, dizem estar apenas preocupados em criar instabilidade política.
“Assistimos a uma convergência política que une socialistas às extremas esquerdas e direita, unicamente concentrados em criar instabilidade política” refere o texto.
“À falta de razões para atacar as políticas, ataca-se o político. Duas moções de censura num espaço de cerca de 15 dias, apresentadas pela extrema-esquerda e pela extrema-direita, a que acresce a ameaça de uma comissão parlamentar de inquérito feita pelo Partido Socialista, são sinais de uma gravíssima irresponsabilidade da oposição perante o contexto geopolítico global que vivemos”
Os dirigentes das distritais do PSD deixam rasgados elogios ao primeiro-ministro que, dizem, nunca se furtou a prestar contas ao país e que é uma pessoa idónea.
“Temos um Primeiro-Ministro que, mais que idóneo, é exemplar na forma como se submete ao escrutínio público, na forma como presta contas ao país com total transparência, respeita as regras que regulam o conflito de interesses, pelo que expressamos o nosso total apoio ao Primeiro-Ministro Luís Montenegro e ao governo que lidera” lê-se na nota.
O conselho nacional é o órgão máximo do PSD entre Congressos e tem nesta altura a maioria dos conselheiros eleitos apoiantes do líder do partido. No último congresso do PSD, Luis Montenegro reforçou a eleição dos conselheiros conseguindo 46 dos 70 eleitos no congresso em Braga.