13 mar, 2025 - 00:13 • José Pedro Frazão
A liderança de Pedro Nuno Santos no Partido Socialista está a salvo. Questionada sobre os efeitos de um resultado desfavorável nas legislativas antecipadas, a socialista Mariana Vieira da Silva é taxativa. “Não há nada sobre [a liderança] do Partido Socialista que esteja em causa”, responde a antiga ministra socialista no programa Casa Comum, da Renascença, responsabilizando o primeiro-ministro pela crise que precipita a realização de novo ato eleitoral.
“Vamos para eleições que ninguém desejava, com um único responsável que é Luís Montenegro. E julgo que o Partido Socialista tem condições para as disputar e para as ganhar”, insiste a dirigente socialista, que defende que ao PS não se pode apontar nenhuma falha “nem de transparência quanto às suas posições, nem quanto à forma como tentou que, nomeadamente chumbando as moções de censura, ter uma posição de responsabilidade”.
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Mariana Vieira da Silva confessa que “não sente felicidade” pela realização das eleições e diz compreender “ o sentimento de desgaste sobre o número de eleições”. Não foi, no entanto, caso para apresentar uma declaração de voto, como fez Fernando Medina na Assembleia da República. “Eu coloco a questão assim: talvez estas eleições não sejam boas para o país, mas a sua inexistência provavelmente seria muito pior”.
Reclamando ser sempre favorável à construção de compromissos – “acho que ninguém tem dúvidas, ao fim destes anos de vida pública” - a antiga ministra defende que não era possível seguir outro caminho político. “Há momentos na democracia em que a ideia de que se negoceia o esclarecimento da verdade só beneficia um partido. E não é aquele a que eu pertenço, nem é aquele a que o Duarte Pacheco pertence.”
Do lado social-democrata, Duarte Pacheco defende que as eleições teriam prognóstico menos reservado se a Iniciativa Liberal entrasse numa coligação pré-eleitoral com a AD.
“É possível ao PSD ganhar as eleições. Ganharia de forma muito mais folgada se já tivesse um acordo parlamentar ou uma coligação com a Iniciativa Liberal”, argumenta o antigo deputado do PSD na Renascença, acentuando que a majoração de lugares com a IL poderia facilitar um bom resultado da AD.
No entanto, o cenário está excluído, ao contrário do possível acordo de incidência parlamentar depois das eleições, prenunciado por Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal.
“Pode não ser suficiente para governar, porque duvido que os dois partidos sozinhos, mesmo ganhando o PSD, tenham maioria parlamentar”, alvitra Duarte Pacheco, para quem tudo é possível: “o PSD pode ganhar, mas também o Partido Socialista pode”.