13 mar, 2025 - 21:50 • Miguel Marques Ribeiro , Ricardo Vieira
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Os partidos dizem-se preparados para a realização das novas eleições, que Marcelo Rebelo de Sousa convocou para o dia 18 de maio.
Numa reação à declaração que o Presidente da República fez esta noite ao país, as forças da oposição sublinharam a responsabilidade de Luís Montenegro pela crise, enquanto o CDS-PP afirmou que o governo "Fez mais em 12 meses do que os socialistas em 8 anos".
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Numa reação à decisão do Presidente da República, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse que deu todas as condições ao Governo da AD, culpou Luís Montenegro pela crise política e considera que as eleições são uma teste à "saúde da democracia", entre PS e PSD.
“Nós demos todas as condições para que este Governo pudesse governar, mas também dissemos desta a primeira que nunca viabilizaríamos uma moção de confiança. Esta crise tem origem, infelizmente, no primeiro-ministro”, declarou Pedro Nuno Santos.
Chegados a este ponto, o líder socialista considera que as eleições legislativas antecipadas de 18 de maio “não podem ser encaradas como um estorvo” e que os portugueses terão de escolher um “Governo duradouro”, entre os projetos do PS e do PSD.
Se for eleito, o líder do PS promete um Governo que seja para a maioria da população e não apenas para uma minoria.
Pedro Nuno Santos também reagiu às declarações do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, que acusou o secretário-geral socialista de fazer mais dano à democracia em seis dias do que André Ventura em seis anos,
“Estamos numa situação difícil. Percebo que alguns dirigentes do PSD estejam zangados e que neste quadro numa reunião partidária possam fazer declarações que não sejam as mais felizes”, declarou.
O líder do PS compreende a frustração de quem ganhou as eleições há um ano e vai novamente a votos, mas “o PSD só se pode queixar de si próprio e do seu líder”.
O líder do Chega também responsabiliza Luís Montenegro pela crise política que mergulhou o país em novas legislativas antecipadas.
André Ventura defende que a dissolução do Parlamento era a única hipótese para resolver “o drama que estamos a viver”.
Na leitura do líder do Chega, o Presidente da República responsabiliza Luís Montenegro pelas eleições antecipadas e colocou o "ónus no primeiro-ministro”.
Agora, “é importante sair rapidamente desta crise”, salientou André Ventura.
Crise política
Numa declaração ao país, o Presidente da República(...)
Mariana Leitão garantiu que a Iniciativa Liberal vai fazer uma "campanha pela positiva". O "país precisa de estar focado em crescer, em resolver os problemas", declarou. "É nisso que IL está focado e é esse o nosso compromisso para esta campanha".
A líder do grupo Parlamentar do IL defendeu que é preciso "acelerar o país, acelerar Portugal para devolver esperança para os portugueses".
O PCP diz-se pronto para fazer um "debate em torno da vida das pessoas, das soluções", respondendo assim ao repto de Marcelo Rebelo de Sousa, que pediu um debate eleitoral "esclarecedor" e "digno", que "fortaleça a democracia".
O secretário-geral comunista, Paulo Raimundo, garantiu que o partido não vai "desperdiçar essa oportunidade" para apresentar "soluções no que respeita aos salários, às pensões", que permitam uma "vida melhor de todos aqueles que trabalham".
Raimundo sublinhou ainda o objetivo de contribuir para a "salvaguarda da democracia", outro ponto sublinhado por Marcelo e que a melhor forma de o fazer é "aumentar salários, aumentar pensões. Sem isto não é possível aguantar a democracia", afirmou.
Pelo Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua começou por reafirmar a responsabilidade governamental pela crise. "Há um problema ético que redunda do facto do primeiro-ministro receber avenças através de uma empresa que está na sua esfera pessoal" e do facto de Luís Montenegro não prestar esclarecimentos, sublinhou.
Relativamente à data prevista para o novo ato eleitoral, Mortágua concordou que o 18 de maio é a escolha "mais sensata". "O BE irá rapidamente aprovar as suas listas e apresentar o seu manifesto eleitoral e iniciar a sua campanha que pretendemos que seja uma campanha de soluções", disse a responsável bloquista.
O líder parlamentar o CDS-PP, Paulo Núncio, atirou as culpas da crise política na direção das oposições e defendeu as políticas do executivo liderado por Luís Montenegro, afirmando que este "merece ser reconhecido pelo trabalho bem feito". "Fez mais em 12 meses do que os socialistas em 8 anos", afirmou.
Ao terceiro episódio, terminou a coexistência do n(...)
Disse ainda estar confiante que "os portugueses saberão escolher e votar com bom senso, na recondução de um governo que merece ser reconduzido".
Núncio defendeu que o "governo resolveu um conjunto alargado de problemas. Pôs o país a funcionar" e prometeu uma "campanha eleitoral serena".
Rui Tavares lembrou a última ocasião em que um governo se demitiu. Aconteceu em novembro de 2023 e era António Costa o primeiro-ministro. Na altura, declarou o dirigente do Livre, já era possível vislumbrar uma "crise com elementos de crise de regime", que se aprofundou com os acontecimentos das últimas semanas.
Para o dirigente do Livre, está em causa uma "crise ética" diretamente ligada à figura do primeiro-ministro e é fundamental "evitar que esta crise ética se transforme numa verdadeira crise de regime, à vista de todos".
Rui Tavares disse esperar que a campanha eleitoral "evite essa situação de túnel que nos levasse a um beco sem saída" e que os partidos não façam um "debate de passar culpas uns para os outros".
A porta-voz do PAN afirmou que o "responsável [pela convocação de novas eleições] é o primeiro ministro ao ter insistido na moção de confiança e esconder-se atrás dessa moção de confiança".
Sousa Real disse os partidos no governo "falharam com o portugueses", mas ressalvou que "este episódio não representa o trabalho da Assembleia da República". "Se os portugueses hoje contam com melhorias na sua vida é por que contam com partidos como o PAN", garantiu.
Crise política
O primeiro-ministro acusa o PS de não querer respo(...)
A dirigente do PAN fez ainda eco dos apelos do Presidente da República para que o debate se centrasse nos temas que interessam aos portugueses. "Esperamos que o debate eleitoral não fique minado por eventuais conflitos de interesse, quer do primeiro-ministro quer de outros partidos", declarou.
"As pessoas precisam de saber que as suas vidas avançam e precisamos de respostas que não passem pelo populismo", acrescentou.