15 mar, 2025 - 10:13 • Lusa
O constitucionalista Jorge Miranda defende que a imigração para Portugal só deve ser permitida a quem souber falar português, mostrando-se totalmente favorável à imigração dos países africanos de língua portuguesa e do Brasil.
"Eu sou muito favorável à imigração, antes de mais nada, por uma questão de fraternidade humana. Nenhum país pode fechar-se ao resto do mundo", disse em entrevista à Lusa.
E acrescentou: "Quando sabemos que há muita miséria, muita desigualdade, muitas questões étnicas e outras nos chamados países do terceiro mundo, na África e na Ásia, não podemos fechar os olhos à imigração".
Apesar de considerar que Portugal deve continuar aberto à imigração, Jorge Miranda defendeu "um método de integração, que é a obrigatoriedade da língua portuguesa".
Aquele que é considerado um dos pais da Constituição portuguesa e que contribuiu para os textos constitucionais das ex-colónias portuguesas em África e em Timor-Leste diz-se "totalmente favorável" à imigração dos países africanos e do Brasil. A esse propósito, recordou que "há uma quebra da natalidade em Portugal e a imigração vai compensar a situação".
Relativamente a imigrantes de outros países, como da Ásia ou outros países africanos que não os de língua portuguesa, Jorge Miranda acha se deve "exigir a língua portuguesa como condição para a entrada".
Na prática, considera que a integração deve fazer-se por "meios culturais".
"Agora, não fechar os olhos, não impedir. Isso não", concluiu.