16 mar, 2025 - 15:01 • Lusa
O cabeça de lista do PS às eleições na Madeira, Paulo Cafôfo, considerou este domingo que o candidato do PSD, Miguel Albuquerque, é uma "bomba-relógio" e é hora da região deixar de ter "um governo a prazo".
"O povo diz que à terceira é de vez e eu acredito que sim. Está na hora de deixarmos de ter um governo a prazo e termos um governo duradouro", disse o candidato socialista numa ação de campanha à saída da igreja da Nazaré, na freguesia de São Martinho, no Funchal.
O PS/Madeira dividiu o local da ação da campanha deste domingo com o JPP e o PSD que, depois de cumprimentos entre as candidaturas, aproveitaram também para contactos com os fiéis que iam saindo pelas duas portas da igreja, distribuindo canetas e panfletos.
Recordando que, "num ano e meio, estas são as terceiras eleições" na Madeira - as regionais no final de 2023, umas a meio de 2024 e agora outras no inicio de 2025- o líder socialista salientou que esta situação tem "um denominador comum que é Miguel Albuquerque e tem a ver muito com o processo judicial no qual foi constituído arguido por suspeitas de corrupção".
No entender do candidato do PS, enquanto Miguel Albuquerque estiver no governo madeirense, a região terá "sempre um governo a prazo e não um governo que seja duradouro", considerando que o líder social-democrata e presidente do Governo "é uma bomba-relógio" .
"E digo que é uma bomba-relógio porque a qualquer momento o processo que recai sobre ele poderá ter desenvolvimento, leve a rebentar na evolução do processo e possa rebentar uma bomba e ele pode cair", opinou.
Madeira
"Só há duas possibilidades, ou votam em mim e no P(...)
Complementou que a região não quer "ter um presidente do Governo que seja arguido e possa novamente cair e haver eleições antecipadas".
Segundo Cafôfo, "a única forma de garantir que seja um governo que perdure, duradouro, é com o Partido Socialista, porque é o partido maior da oposição, tem um projeto bem definido, com pessoas qualificadas, ideias concretas".
Por isso, apelou ao voto útil no PS, argumentando que escolher outros partidos é "desperdiçar a oportunidade de fazer a mudança na região" e pediu aos eleitores que deem a oportunidade aos socialistas de "poder governar a Madeira, de fazer melhor e resolver os problemas que o PSD não tem sido capaz de resolver", reforçando "não ser hora de fazer experimentalismos".
Também realçou que falharam as tentativas do PSD para fazer acordos com outros partidos, como aconteceu com o CDS-PP e PAN para garantir uma maioria absoluta.
Madeira
As eleições antecipadas na Madeira estão marcadas (...)
Excluindo o Chega e o PSD, Paulo Cafôfo admitiu que "todos os outros terão de fazer parte de uma solução que pode ser múltipla, pode ser uma coligação no governo ou de incidência parlamentar e apoio parlamentar".
"O que é importante é que não continuemos nisto, neste impasse onde temos eleições quase de seis em seis meses com um governo a prazo", concluiu.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).