18 mar, 2025 - 18:27 • Susana Madureira Martins
A abertura do novo Hospital de Sintra, situado no Casal da Cavaleira, em Algueirão-Mem Martins, estava prevista para outubro do ano passado. A expetativa, agora, é que esteja em pleno funcionamento antes das eleições autárquicas previstas para setembro ou outubro.
É, pelo menos, a esperança manifestada pelo autarca de Sintra, Basílio Horta e pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, que esta terça-feira visitaram as instalações da nova unidade hospitalar que começou a ser construída em 2021.
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Trata-se, de resto, de um regresso, já que nas legislativas de 2024, a campanha de Pedro Nuno Santos já tinha passado pela construção do edifício, agora estando bastante mais adiantado, vendo-se apenas eletricistas aqui e ali a fazer testes de iluminação e algum material de construção civil ainda espalhado por algumas salas, onde já se vê diverso equipamento hospitalar montado, como camas ou material para fazer exames de TAC,
Trata-se de um investimento de 60 milhões de euros feito pela autarquia de Sintra e que o PS faz questão de mostrar como obra sua e que só ainda não arrancou por alegada culpa alheia.
Segundo Basílio Horta, já foi dado parecer da Proteção Civil às instalações, que a Renascença sabe que aconteceu a 19 de fevereiro. O autarca do PS espera agora pelo parecer final da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que tem 60 dias para confirmar a certificação, nomeadamente, do equipamento do hospital, o que deverá acontecer já em maio, o mês das eleições legislativas antecipadas.
Pedro Nuno Santos, na visita que fez esta terça-feira, apresentou o novo hospital como um exemplo da forma como Basílio Horta e o PS “gerem autarquias tendo possibilidades e condições financeiras para fazer este investimento”, provando em definitivo que campanha eleitoral está na rua.
Basílio Horta não se pode recandidatar por limite de mandatos, mas o PS já indiciou a ex-ministra do Trabalho Ana Mendes Godinho como candidata à Câmara de Sintra. A agora deputada socialista falhou a visita ao novo hospital, alegadamente, por estar em trabalho parlamentar.
Foi a Pedro Nuno Santos quem coube puxar pelos galões do PS. O líder do partido mostra-se “muito satisfeito” pela obra do novo hospital, mas atira ao Governo da AD. “Esta deve ser uma responsabilidade da administração central”, acrescentando que “não podemos sobrecarregar as autarquias”.
A abertura do novo hospital depende assim, segundo o autarca, da ERS, porque, garante Basílio Horta, até já está a correr a contratação de médicos e outros profissionais de saúde. “E vamos conseguir contratar?” questiona Pedro Nuno Santos. “Vamos ter de conseguir”, assume o autarca de Sintra.
Basílio Horta, na conversa que foi mantendo com o líder do PS ao longo de cerca de uma hora de visita ao novo Hospital de Sintra, garantiu que “nesta altura 100 médicos já queriam vir para aqui”, tendo em conta que “o hospital é novo, tem equipamentos novos, é evidente que tem uma grande atração”, defendeu o autarca.
“Ainda estão [médicos] no Amadora-Sintra e já estão contratados para vir para aqui”, atirou a dada altura Basílio Horta a Pedro Nuno, que imediatamente questionou a rir: “Mas vão sair do Amadora-Sintra? Isso é que não é boa ideia”. O autarca garante que “não”, que “saem os serviços também”.
“Vai atenuar a pressão sobre o Amadora-Sintra. O Amadora-Sintra fica melhor nunca fica pior”, garante ainda Basílio Horta, que comete um lapso dizendo que a ideia é o novo hospital fazer “4 mil urgências por ano”. O objetivo é, obviamente, muito superior e chega às 60 mil urgências anuais, abrangendo cerca de 400 mil pessoas no concelho.
Outra das intenções para o novo hospital de Sintra é ter 60 camas disponíveis para internamento. “Passa a não ser só ambulatório”, diz Basílio Horta. “Depois há mais 60 camas para convalescença, com uma cirurgia diferenciada”, acrescenta o autarca.
Ficando pronto, o hospital “tem muito terreno” e “amanhã quem o quiser transformar num hospital central tem muito terreno para o fazer”, concluiu Basílio Horta, numa indireta ao que pode vir a ser a decisão de futuros governos.