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Crise política

Montenegro diz que "foi o mais escrutinado de sempre"

21 mar, 2025 - 20:49 • Redação, com Lusa

Primeiro-ministro também reagiu à notícia de que a empresa familiar Spinumviva esteve 18 meses a faturar sem registo na Comissão Nacional de Proteção de Dados.

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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta sexta-feira não ter medo de nada e reforçou que tem a experiência de maior escrutínio que a democracia portuguesa já assistiu.

Questionado pelos jornalistas, em Vila Real, sobre se as investigações e notícias constantes sobre a empresa familiar Spinumviva podem prejudicar a campanha às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, o primeiro-ministro disse não ter "medo de nada".

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"Tenho de resto a experiência de maior escrutínio que a democracia portuguesa já assistiu", afirmou aos jornalistas, depois da apresentação do Plano de Intervenção para a Floresta 2025-2050.

E continuou: "Até acho uma certa graça que haja alguns responsáveis políticos a exigir ao primeiro-ministro, que foi o mais escrutinado de sempre, mais transparência quando, eles próprios, podiam era aplicar a transparência a si".

"E quero aqui dizer que não vou desperdiçar nenhum segundo nem nenhuma gota de esforço para deixar de dar às portuguesas e aos portugueses argumentos para confiarem neste projeto e neste primeiro-ministro", frisou.

Luís Montenegro disse acreditar no "discernimento do povo português para compreender tudo aquilo que sejam os fatores que contribuem para a sua decisão".

"Não tenho dúvidas que as portuguesas e os portugueses já perceberam muito bem o que é que aconteceu, já perceberam muito bem que têm um primeiro-ministro em quem podem confiar, que podem projetar para os próximos anos a continuação de uma governação que foi uma boa governação para a vida das pessoas", frisou.

Disse ainda crer que os estudos de opinião que têm vindo a público "são inequívocos nesse reconhecimento".

"Cada um vê nas sondagens aquilo que entende, eu respeito muito a interpretação que possam fazer sobre isso, eu faço a minha com humildade", salientou.

Repetiu que a sua obrigação é esclarecer as portuguesas e os portugueses sobre o que é que quer para o futuro de Portugal - um país que paga menos impostos, que paga melhor salários, que está a resolver os problemas estruturais da saúde, que oferece futuro aos seus jovens, é um país que tem políticas públicas integradas, como, por exemplo, o plano hoje apresentado para as florestas.

"É isso que eu vou fazer na campanha sem embargo de estar disponível para esclarecer tudo aquilo que for necessário", frisou.

"Vai ter que perguntar à sociedade"

O jornal Expresso avançou esta sexta-feira que a Spinumviva esteve 18 meses a faturar sem registo na Comissão Nacional de Proteção de Dados.

Questionado pelos jornalistas, Luís Montenegro afirmou que já não estaria na empresa nessa altura.

“Não sei a que é que se está a referir, mas presumo que seja relativamente a um período em que eu já não estava na sociedade. Vai ter que perguntar à sociedade”, respondeu o primeiro-ministro.

A crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que entretanto passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.

O texto foi rejeitado com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal.

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