23 mar, 2025 - 13:21 • Manuela Pires
Pelos altifalantes colocados na torre da Igreja escuta-se a missa de domingo na freguesia de Gaula. No salão paroquial estão colocadas quatro mesas de voto e desde as 08h00, quando abriram as urnas, que ainda não se parou. Igor Fernandes está numa das mesas e diz à Renascença que, mesmo antes da missa, que está a decorrer naquela altura, já muitos tinham exercido o direito de voto.
“Algumas pessoas já antes da missa vieram votar, agora está a ocorrer a missa, mas depois irá acontecer novamente nova afluência”, diz Igor Fernandes que fala em perto de mil eleitores nestas assembleias de voto da freguesia do concelho de Santa Cruz onde vota o líder do Juntos pelo Povo (JPP), o terceiro partido da região. Élvio Sousa escolheu votar perto do meio-dia, a hora em que a missa de domingo acaba.
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Noutra freguesia do concelho Santa Cruz, o Caniço, tem mais de 20 mil habitantes. À porta da escola primária onde estão várias mesas de voto, na paragem do autocarro, há quem esteja cansada de tantas eleições.
“E agora vai haver outra vez eleições no continente, o povo aqui já está aborrecido. Porque é que deitaram abaixo o governo lá em lisboa?”, refere Fernanda, à Renascença.
Sobre a situação política na Madeira, esta habitante do Caniço considera que os partidos da oposição deviam ter deixado Miguel Albuquerque governar os quatro anos.
“Deviam ter deixado este ficar os quatro anos, e depois votam noutros, eu acho mal” refere à Renascença.
Mas lá dentro da escola Miguel Pestana acabou de votar, ainda não são 10h00, e este eleitor do Caniço não acredita que um só partido consiga a maioria e apela a que os partidos consigam encontram uma coligação que dê estabilidade à região.
“As pessoas falam muito que está sempre a votar e eu não tenho problema nenhum em vir votar as vezes que for preciso, desde que o povo mande e seja o voto correto”, diz Miguel Pestana à Renascença.
A Madeira vai este domingo a votos. São as terceir(...)
Durante a manhã votaram os principais líderes partidários regionais e todos pediram para que ninguém fique em casa este domingo.
Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna, a afluência às urnas até às 16h00 foi de 42,48%, um aumento face às últimas eleições.
Nas últimas eleições regionais, que decorreram no ano passado, a afluência às urnas era de 40,52% até à mesma hora, acima dos 39,90 de 2023 e idêntica aos 40,79% registados em 2019.
O líder do PS Madeira votou cedo para apelar a que "todos venham votar". Paulo Cafôfo diz que este domingo é uma dia de "decisões" em que "ninguém pode ficar de parte".
Já o líder do JPP votou ao fim da manhã na freguesia da Gaula, concelho de Santa Cruz. Élvio Sousa espera que as pessoas "não fiquem em casa".
“O voto é importante e recordo que Jean-Paul Sartre dizia que ‘agir é modificar a figura do mundo’. Portanto, a ação do voto é também contribuir para uma melhoria do nosso mundo e, portanto, da nossa Região Autónoma da Madeira”, disse Élvio Sousa, citando o filósofo francês.
Já Miguel Albuquerque votou às 13 horas na escola da Ajuda no Funchal e disse esperar ter uma "noite tranquila". Apesar de reconhecer que as pessoas estão cansadas de eleições, o líder do PSD e presidente do governo regional acredita que os madeirenses não vão ficar em casa.
“É preciso aproveitar a democracia. A gente só dá valor às coisas que perdemos. O povo é que determina quem governa”, acrescentou ainda o cabeça de lista do PSD-Madeira que se diz preparado para todos os cenários pós eleitorais.
"Estou preparado para qualquer cenário, o que vai detreminar o cenário é a votação dos eleitores, e depois fazemos a leitura que temos de fazer" garantiu.
Miguel Albuquerque, O líder do CDS José Manuel Rodrigues e o líder regional da Iniciativa Liberal Gonçalo Maia Camelo votam na freguesia de São Martinho, a maior da região autónoma e a freguesia decisiva para as contas das eleições regionais.
[notícia atualizada às 17h14]