23 mar, 2025 - 22:58 • Lusa
O líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, reconhece que o partido queria ter voltado a eleger para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, mas rejeitou leituras nacionais do resultado naquele arquipélago.
"Não é um dia fácil para a esquerda na região autónoma da Madeira. Não só o BE, mas também outras forças à esquerda não conseguiram eleger mandatos para o Parlamento Regional da Madeira. Este é um resultado que tem uma leitura que só pode ser regional, não se pode fazer nenhuma leitura nacional a partir deste mesmo resultado. E é assim que partiremos para os próximos combates eleitorais, nomeadamente as eleições legislativas", sublinhou Fabian Figueiredo.
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O dirigente do BE falava em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa, em reação ao resultado das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, nas quais o BE voltou a falhar a eleição, perdida no ano passado.
Fabian Figueiredo considerou que o PSD/Madeira "é responsável pelo facto da região ser um dos sítios onde a habitação é mais cara, mas também onde a população vive pior, com elevadas taxas de pobreza e de desigualdade", sublinhando que "na Madeira tem governado pior da direita portuguesa".
"O Bloco queria voltar ao Parlamento Regional da Madeira, a ausência do Bloco de Esquerda no Parlamento Regional da Madeira tem significado", afirmou, traduzindo-se na ausência de um "debate sério sobre como atender à crise da habitação na região" ou "garantir o devido escrutínio ao poder executivo".
O dirigente bloquista acrescentou ainda que o PSD/Madeira tem confrontado a região e o país com "um sucedâneo de casos" nos quais "não se percebe bem onde é que começa o interesse público e onde é que começa o interesse privado".
"Não foi desta que o BE voltou ao Parlamento Regional da Madeira, mas isto não significa que os candidatos do BE não continuem ativamente a lutar pelo direito à habitação, contra a especulação imobiliária e contra a corrupção na região autónoma da Madeira, muito pelo contrário", assegurou.
O BE tinha regressado ao parlamento regional em 2023, com a eleição de Roberto Almada. Em 2015, o BE chegou a ter dois deputados no parlamento regional.
O PSD venceu as regionais de hoje na Madeira, com 43,43% dos votos e 23 mandatos, enquanto o Juntos Pelo Povo (JPP) passou a segunda força política, com 21%, e o PS caiu para terceiro, com 15,6%.
O Chega conseguiu 5,47%, o CDS-PP 3,0% e a Iniciativa Liberal 2,17%, segundo os dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
O PAN não conseguiu manter a deputada que tinha no parlamento, e o BE e a CDU continuaram sem conseguir regressar.