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Política

Pedro Nuno Santos. Fim de devolução integral das propinas põe Portugal em "contraciclo" com UE

24 mar, 2025 - 13:36 • Lusa

Governo admitiu, em fevereiro, que o programa lançado em 2024 podia acabar. Líder do PS aponta para a "economia muito pouco sofisticada" de Portugal que não consegue "reter jovens".

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O secretário-geral do PS considerou esta segunda-feira que Portugal está em contraciclo com os restantes países da União Europeia (UE) no que respeita à devolução integral das propinas, referindo que o Governo "deu sinais de que iria ser suspensa".

"Nós estamos em contraciclo com aquilo que acontece em muitos países da União Europeia. Em vez de estarmos a aliviar os custos com a frequência de ensino superior, nós estamos a sobrecarregar", sustentou Pedro Nuno Santos após um encontro com federações de estudantes, em Lisboa.

O líder socialista anteviu que na campanha "porventura a AD [Aliança Democrática] mudará a sua posição sobre o tema", referindo-se à questão da "devolução integral das propinas que o Governo deu sinais de que iria ser suspensa ou de que iria terminar".

"A verdade é que aquilo que sabemos ao dia de hoje é que ainda não abriram as candidaturas para a devolução das propinas e o ano passado elas tinham aberto a cerca de 22 de fevereiro", observou.

Pedro Nuno Santos considerou que "as angústias" dos estudantes "relativamente ao futuro começam ainda na universidade".

"Nós temos um debate já muito antigo em Portugal sobre os jovens qualificados não conseguirem ficar a viver e a trabalhar em Portugal. E sistematicamente o discurso político falha totalmente nas razões de nós não conseguirmos segurar os jovens em Portugal", lamentou.

O líder socialista falava antes de se reunir com a Associação Académica da Universidade de Lisboa, Federação Académica de Lisboa, Federação Académica do Porto, Federação Académica de Coimbra, Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, Associação Académica da Universidade do Algarve, Associação Académica da Universidade de Évora, Associação Académica da Universidade de Aveiro, Associação Académica da Universidade da Beira da Interior, Associação Académica da Universidade do Minho, na sede do PS, em Lisboa, no âmbito do Dia Nacional do Estudante.

O secretário-geral do PS lembrou ainda a economia de "baixos salários" que "não consegue oferecer as saídas profissionais para as quais os jovens portugueses se qualificaram".

"Temos uma economia muito pouco sofisticada. É sempre um tema muito chato, mas enquanto nós não conseguirmos transformar a economia portuguesa, nós não vamos conseguir reter jovens. Nós somos um país que, felizmente, hoje consegue formar muitos engenheiros, mas a verdade é que nós não temos uma economia capaz de os absorver", disse.

"Nós não vamos conseguir, de forma nenhuma, pagar melhores salários aos jovens qualificados, aos jovens portugueses, nem ter saídas profissionais para as qualificações que eles tenham, se nós não formos capazes de transformar a economia portuguesa", acrescentou.

Pedro Nuno Santos disse também que o PS tem consciência que a falta de habitação "é dos mais graves problemas" que os estudantes enfrentam.

"Nós, já na oposição, ainda conseguimos alargar o apoio ao alojamento para jovens de famílias que estavam fora desse apoio. Nós largámos até ao quinto, sexto escalão, mas é uma gota de água no contributo para um problema que é muito mais profundo. Com o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] assumiu-se o compromisso de duplicar o número de camas, que estavam em 15 mil, para cerca de 26/30 mil neste número, até 2026 ou até 2030", concluiu.

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