26 mar, 2025 - 17:37 • Lusa
O candidato presidencial Marques Mendes afirmou esta quarta-feira que tenciona manter as suas ações políticas durante a fase de campanha das eleições legislativas, apostando sobretudo nos contactos "porta-a-porta", mas assegurou que não participará em eventos da AD.
Marques Mendes, antigo ministro e antigo líder do PSD, falava aos jornalistas antes de visitar a Futurália, no Parque das Nações, em Lisboa, iniciativa em que esteve sempre rodeado por muitos jovens universitários.
Interrogado se tenciona manter as suas ações públicas no período de campanha para as legislativas de 18 de maio próximo, o antigo líder social-democrata respondeu que sim e defendeu a tese de que os cidadãos separam os diferentes atos eleitorais.
"Por isso é que hoje estou aqui, com os jovens, e por isso é que tenho outras iniciativas previstas para os próximos dias. Admito que a campanha seja menos mediática nesse período de campanha para as legislativas, mas isso não quer dizer que o porta-a-porta não exista - e é essa parte que eu não deixarei de fazer, como é normal", referiu.
Questionado se tenciona estar ao lado do líder do PSD, Luís Montenegro, na campanha das eleições legislativas, o candidato presidenciais afastou em absoluto essa possibilidade.
"Um candidato presidencial, com o seu estatuto, não deve participar em campanhas partidárias. Espero vir a ter um dia, se o PSD assim decidir, o apoio do PSD, mas a minha candidatura é muito mais do que isso", defendeu.
Marques Mendes apontou depois que tem recebido o apoio de "pessoas completamente independentes, por exemplo o reitor da Universidade de Coimbra".
"Ou seja, não estamos a falar de candidaturas partidárias, estamos a falar de candidaturas presidenciais, que podem ter o apoio de partidos e o apoio de muitos independentes", justificou.
Em declarações aos jornalistas, Marques Mendes foi confrontado com recentes avisos transmitidos pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o risco de candidatos ou potenciais candidatos presidenciais estarem a comentar cenários de governabilidade pós-eleições legislativas.
Marques Mendes recusou ter ficado melindrado com Marcelo Rebelo de Sousa e disse mesmo concordar com as afirmações proferidas pelo Presidente da República.
"Até subscrevo tudo o que o Presidente disse, não vamos estar neste momento a fazer cenários sobre o pós-18 de maio. Portanto, subscrevo tudo o que o Presidente disse, não há quanto a isso nenhum problema", frisou.
Neste contexto, Marques Mendes observou então que, "nos últimos 40, 50 anos, houve candidaturas presidenciais de eleições para o futuro com eleições legislativas anteriores - e até mesmo com o professor Marcelo Rebelo de Sousa". "O professor Marcelo Rebelo de Sousa foi candidato a seguir a umas eleições legislativas [de outubro de 2015], mas já havia também candidatos no terreno nessas eleições", assinalou.
Interrogado se a sobreposição de eleições legislativas, autárquicas e presidenciais é benéfica mais para uns candidatos do que para outros, recusou-se a comentar.
"Se continuasse na SIC a fazer comentários políticos, responderia a essa questão e analisaria mais em profundidade. Mas essa fase da minha vida terminou, ponto final parágrafo. Relativamente a tudo o resto que o Presidente disse, subscrevo o que ele disse", repetiu.
Durante a visita à Futurália, Marques Mendes esteve acompanhado pelas jovens deputadas do PSD Gabriela Cabilhas e Eva Brás Pinho, falou com centenas de universitários, pôs na cabeça um chapéu de palha do ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) e demorou-se um pouco mais junto ao stand da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, talvez por ser esta a sua área académica.
Na fase inicial do seu périplo pelo certamente, encontrou-se com o ministro da Educação, Fernando Alexandre, e com o economista João Duque.