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LEGISLATIVAS 2025

PS cerra fileiras contra “alarme” sobre sustentabilidade da Segurança Social

27 mar, 2025 - 15:11 • Susana Madureira Martins

Vieira da Silva acusa o Governo de não ter contrariado vozes que têm questionado a sustentabilidade da Segurança Socia, o que só "favorece" o setor privado. É "grave" e é "um perigo", avisa o ex-ministro do Trabalho.

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A poucas semanas de começar o período oficial de campanha eleitoral, o PS começa a desenhar a estratégia e a afinar internamente o discurso contra o Governo, para além das acusações de falta de ética ao primeiro-ministro. A Segurança Social é uma dessas áreas em que os dirigentes socialistas alertam para os “riscos” que estão a ser provocados pela AD.

No final da sessão de preparação do programa eleitoral dedicada à área do Trabalho, salários e Segurança Social, o ex-ministro socialista José António Vieira da Silva repetiu aquilo que o líder do partido, Pedro Nuno Santos, já tinha dito, ou seja, que o Governo da AD “favorece” a entrada do setor privado nesta área ao deixar que se questionasse a sustentabilidade do sistema de proteção social.

“É uma das áreas mais apetecíveis e, por isso, nós vemos como os interesses ligados aos fundos de pensões e todas essas áreas aparecem, muito ligadas àquela que deveria ser a preocupação pública com as defesas do sistema público de segurança social”, começou por dizer Vieira da Silva aos jornalistas.

O ex-ministro do Trabalho, que ao longo do último ano tem sido crítico da direção de Pedro Nuno, garante que o atual sistema de Segurança Social tem hoje uma “situação mais sólida, bem mais sólida do que tinha há alguns anos atrás, porque se criou muito emprego, porque se aumentaram os salários, porque há mais contribuições, há mais excedente e o Fundo de Equilíbrio Fino da Segurança Social continua a crescer”.

Vieira da Silva pede que o sistema “continue a crescer” e avisa que “é fundamental que seja preservado e que não seja utilizado para outros fins, que não seja de ser uma almofada sólida das pensões das portuguesas e dos portugueses”.

Os socialistas acenam assim com o risco que existe ao criar-se uma perceção de que o sistema de Segurança Social está em perigo a prazo. “Há sinais de preocupação quando vemos que o Governo abriu a porta àqueles que têm vindo a afirmar uma suposta crise da sustentabilidade da segurança social”, diz Vieira da Silva.

A culpa é do Governo, acusa o ex-ministro socialista, que “não foi capaz, a seu tempo e de forma clara, contribuir para afastar essa dúvida”. “As vozes que se ergueram dizendo que afinal, se calhar, não é tão sustentável quanto dizem, contribuíram, contribuem sempre, pega o alarme, e o alarme é talvez o maior inimigo do sistema de proteção social”, resume Vieira da Silva, que acrescenta: "Este Governo não foi, não se comprometeu, claramente, em contrariar esses sinais. E isso é perigoso, é grave".

Vieira da Silva recusa que esta participação na atualização do programa eleitoral do PS para as legislativas de maio signifique um regresso à vida política ativa, garantindo que encerrou esse capítulo.

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