31 mar, 2025 - 13:55 • Lusa
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou nesta segunda-feira que o país tem estabilidade política, e que o atual contexto pré-eleitoral "daqui a sete semanas está resolvido", ganhe quem ganhar as legislativas de 18 de maio.
"Sendo Portugal um país com estabilidade política... eu bem sei que estamos agora num momento pré-eleitoral, mas isto é uma coisa que se resolve com o tempo. Daqui a sete semanas está resolvido", disse nesta segunda Luís Montenegro a investidores e empresários do setor da Defesa, nos Land Defense Industry Days (Dias da Indústria da Defesa Terrestre), que decorre esta segunda-feira em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).
Falando na abertura do evento do setor da Defesa, no Quartel da Serra do Pilar, Luís Montenegro vincou que de "exatamente de hoje a sete semanas já passaram as eleições".
"Já estamos com um novo impulso, qualquer que seja o resultado, com um Governo a formar-se e a dar sequência a um período de estabilidade económica, de estabilidade financeira, de arrojo do ponto de vista do conhecimento e da competitividade", considerou.
Luís Montenegro disse ainda que Portugal é "um país seguro", "fiável", "integrado na linha da frente da União Europeia" e "não está fechado a nenhum espaço do ponto de vista global".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou numa comunicação ao país que as eleições legislativas antecipadas vão realizar-se em 18 de maio, na sequência da crise política que levou à demissão do Governo PSD/CDS-PP, que viu a sua moção de confiança chumbada no parlamento.
O primeiro-ministro deixou um outro alerta: "A nossa própria estrutura de funcionamento político e social está hoje em causa todos os dias, com ataques que não se veem, com ataques que circundam e invadem o nosso espaço e a nossa soberania."
Para o chefe do Governo, os ataques acontecem "das formas mais elaboradas, sofisticadas que se possam imaginar", já que a guerra hoje não é apenas algo que se possa "extrair dos equipamentos militares mais visíveis".
"A guerra hoje é uma guerra tecnológica, uma guerra digital, uma guerra de manipulação, uma guerra que muitos chamam híbrida, uma guerra que ataca os fundamentos dos regimes democráticos, que ataca o próprio funcionamento das democracias", referiu.
Considerando que "se fala pouco disto em Portugal", o primeiro-ministro lembrou, numa referência à Roménia, que "há um país na União Europeia cujas eleições presidenciais foram anuladas na base da deturpação da vontade popular, precisamente pela manipulação da opinião pública".
"Às vezes parece que estamos a teorizar sobre uma realidade que não existe, mas ela existe efetivamente", vincou Luís Montenegro, considerando que "é bom que as portuguesas e os portugueses possam compreender também" esta realidade.
O primeiro-ministro considerou que em causa está "a vida de cada um de nós".
"Estamos a falar dos alicerces das nossas liberdades mais elementares. Estamos a falar da garantia da segurança, individualmente considerada e coletivamente considerada também. Não estamos a falar apenas da guerra, não estamos a falar apenas da dissuasão, não estamos a falar apenas das nossas responsabilidades no contexto internacional", vincou.