01 abr, 2025 - 13:26 • Lusa
O líder do PS acusou nesta terça-feira o primeiro-ministro de ter fugido sistematicamente ao escrutínio da comunicação social, considerando que não existirá uma democracia saudável se os políticos não o fizerem porque essa é uma das suas obrigações.
Pedro Nuno Santos abriu esta manhã de terça a sessão temática sobre "Democracia, Transparência e Direitos Fundamentais", no âmbito do Manifesto Legislativas 2025, considerando que há "elementos que retiram confiança das pessoas nos políticos".
"Aquilo que nós assistimos nos últimos meses foi uma forma de um governo, de um primeiro-ministro se relacionar com um país que já não é aceitável nos dias de hoje. Não tem a ver só com os casos das últimas semanas", criticou o secretário-geral socialista, considerando que Luís Montenegro fugiu "sistematicamente do escrutínio da comunicação social".
Segundo o líder do PS, não haverá "uma democracia saudável se os políticos acharem que podem fugir ao escrutínio".
"Uma das nossas obrigações é estarmos sempre disponíveis para ser escrutinados e para dar todos os esclarecimentos, sempre que há dúvidas, sobre a conduta de qualquer titular de cargo político", defendeu.
Na opinião de Pedro Nuno Santos, quando se iniciou a atual crise política "este afastamento e ausência de respostas" do primeiro-ministro aumentou.
"Um político não pode fugir nem evitar o escrutínio. Eu próprio já fui escrutinado", defendeu.
O secretário-geral do PS admitiu que "são muitos os portugueses que se questionam das razões" para haver eleições antecipadas, repetindo uma ideia que tem defendido na abertura destas sessões: "o PS não desejou estas eleições".
"O primeiro-ministro, neste esforço por evitar o escrutínio, usou a moção de confiança para tentar condicionar um inquérito parlamentar, primeiro a sua própria existência depois condicionar o seu funcionamento", condenou.
Pedro Nuno Santos defendeu que "a liderança e o projeto político são duas faces da mesma moeda" e apontou que "esta forma de atuação teve reflexo na própria governação".
Outro dos aspetos que o líder do PS apontou nesta intervenção -- a parte da sessão aberta à comunicação social já que o restante debate é fechado -- é a existência de um "discurso com alguma violência" que recupera elementos discriminatórios.
Segundo Pedro Nuno Santos há um "avanço da extrema-direita e das suas ideias" e defendeu "uma ideologia de igualdade e de respeito".
"Aquilo que nós defendemos é uma coisa tão simples como igualdade", disse.