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Pedro Nuno Santos admite que há “lugar para intervenções mais musculadas” das forças de segurança

01 abr, 2025 - 17:10 • Susana Madureira Martins

O líder socialista acusou ainda o Governo da AD de “apropriar-se do trabalho e da imagem das forças de segurança”, algo que, garante, “os diferentes governos do PS nunca o fizeram”.

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O líder do PS, Pedro Nuno Santos, não descarta que há situações em que as forças de segurança podem ter uma “intervenção mais musculada”. Na abertura de uma sessão temática sobre segurança interna e justiça na sede do partido, o secretário-geral socialista admite o uso dessas operações, sob a condição de “estarem justificadas”.

Na última sessão de debate esta terça-feira na sede do PS, com vista a atualizar o programa eleitoral do partido, Pedro Nuno Santos defendeu que Portugal “é um dos países mais seguros do mundo, mas tem problemas de segurança, alguns novos” e isso “não pode levar a que um socialista desvalorize a criminalidade que existe”.

Pedro Nuno Santos, tal como o PS tem feito nos últimos meses, defende o policiamento de proximidade, “a escola segura, a segurança dos mais velhos”, considerando que se trata de “boas experiências”, acrescentando que “isso não significa que no quadro da política de segurança interna não haja lugar e espaço para intervenções mais musculadas”.

O PS tem sido muito crítico do Governo pelas recentes operações da Polícia de Segurança Pública (PSP) em bairros como o Martim Moniz, em Lisboa, mas admitiu esta terça-feira que há operações que “fazem parte, obviamente, de uma arquitetura de segurança”, considerando que “tem, obviamente de estar justificada” e que “a segurança interna faz-se também, obviamente, dessas operações, de operações mais musculadas”.

O líder socialista acusou ainda o Governo da AD de “apropriar-se do trabalho e da imagem das forças de segurança”, algo que, garante, “os diferentes governos do PS nunca o fizeram”. “Assistimos a isso no último ano, por parte deste governo, chegámos mesmo a ter o Ministro da Presidência a anunciar operações policiais”, acrescentou Pedro Nuno Santos.

Considerando “óbvio que as forças de segurança dão seguimento a uma política de segurança, essa política de segurança é definida pelos políticos, pelo governo”, Pedro Nuno Santos salienta que “a atuação das forças de segurança é uma atuação, obviamente, independente, autónoma, que em nenhum momento deve ser apropriada pelos atores políticos, como nós, infelizmente, assistimos nos últimos meses”.

O líder do PS salienta os dados do RASI (Relatório Anual de Segurança Interna) de 2024 que apresenta uma redução da criminalidade geral, mas “um ligeiro aumento no que diz respeito à criminalidade violenta”. A partir desses indicadores, Pedro Nuno Santos considera que o partido tem de “ter uma resposta para a criminalidade, para a segurança interna que não se limite a celebrar o facto de o país ser um dos países mais seguros do mundo”.

Nesta sessão, Pedro Nuno Santos conta com a participação dos ex-ministros da Administração Interna do PS, Alberto Costa, Eduardo Cabrita e José Luís Carneiro, este último sentado ao lado direito do líder socialista e ainda à espera de saber se fará parte das listas de candidatos a deputados do partido às legislativas de maio.

Justiça “mais transparente, mais acessível, mais célere”

O líder socialista traçou ainda três objetivos para o debate sobre a Justiça. Tornar o setor “mais transparente, mais acessível e mais célebre”, admitindo que em “tantos anos, tantos atos eleitorais, tantos governos” a traçar os mesmos objetivos, “ao fim destes anos” o país continua “com alguns destes problemas”.

Sem falar em processos concretos, Pedro Nuno Santos reconhece que “há debates que acabam por ter mais atenção, uma análise sobre os megaprocessos, sobre o papel e a atuação do Ministério Público, sobre a separação de poderes”.

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