10 abr, 2025 - 19:10 • Tomás Anjinho Chagas
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, defende que os contratos de arrendamento devem ter 10 anos de duração e pede o investimento de 1% do PIB nacional na área da habitação.
São duas das medidas apresentadas hoje pelos comunistas, e que constam no Compromisso Eleitoral da CDU (PCP e PEV), ou seja, no programa eleitoral da coligação, que foi apresentado, esta quinta-feira, no ISCTE, em Lisboa.
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"O país precisa de um choque salarial" afirmou o líder do PCP, Paulo Raimundo, que repete que a CDU defende aumentos de "15%, com 150 euros no mínimo para todos os trabalhadores".
Insistindo em medidas como a revogação da caducidade da contratação coletiva e no aumento das pensões em 5%, no mínimo 70 euros a cada reformado.
Se isto tem custos suportáveis para as contas públicas? Paulo Raimundo responde: "é preciso fazer opções, ou se entregam 1800 milhões de euros em benefícios fiscais ou se coloca essa mesma verba nas mãos de mais de 2 milhões de reformados".
Legislativas 2025
Secretário-geral do PCP defende salários mais alto(...)
Na área da saúde, o PCP vinca que o SNS "é a única garantia de acesso de cuidados de saúde a todos" e para resolver os problemas da área pede um aumento "significativo" dos seus rendimentos.
Na educação, os comunistas pedem a criação de vagas nas creches, até haver 100 mil.
Quando chegou à altura de responder às perguntas dos jornalistas, o líder do PCP foi questionado sobre a possibilidade do regresso aos défices, colocada esta quinta-feira pelo Conselho de Finanças Públicas. Paulo Raimundo desvaloriza e considera que os excedentes orçamentais dos últimos anos não serviram a população.
"Foi à custa das urgências encerradas, escolas sem professores, contenção dos salários. Valeu a pena? Serviu para alguma coisa? A nossa opinião é que não, esse excedente devia ter sido utilizado", advoga o secretário-geral comunista.
Sobre as tarifas de Donald Trump, que agitam os mercados e podem encarecer vários produtos, Paulo Raimundo critica o Governo, mas acredita que os portugueses estão mais preocupados em resolver os seus problemas quotidianos.
"Aqueles quase 3 milhões de trabalhadores que levam pouco mais de mil euros para casa... presumo que a grande preocupação deles não seja a alta consideração por aqueles que criticam o discurso de Trump, mas depois vão todos ao beija-mão de Trump", ataca Raimundo.