10 abr, 2025 - 23:59 • Manuela Pires
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Mariana Mortágua considera que não é preciso impor sacrifícios aos portugueses se o país entrar em recessão. Esta quinta-feira à noite, no debate com Inês Sousa Real, do PAN, na CNN Portugal, a coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu que a resposta que deve ser dada é taxar as grandes empresas tecnológicas.
“A ideia que é preciso ceder e fazer sacrifícios se entrarmos em recessão, é uma ideia que nós já percebemos que só leva a mais recessão e mais crise”, defendeu Mariana Mortágua.
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“Para prevenir a recessão é preciso ter investimento público e é preciso ter medidas de redistribuição de riqueza que protejam as pessoas. Resolver a crise da habitação será, certamente, o maior contributo que podemos dar para evitar uma recessão. Sabemos que os incumprimentos estão a aumentar, mas eu acho que há uma resposta muito dirigida que é possível fazer a Donald Trump. Taxar os gigantes tecnológicos”, defende a coordenadora do Bloco de Esquerda.
Inês Sousa Real acredita que o impacto desta guerra comercial pode “ser muito negativo na vida das pessoas” e que é necessário apostar numa visão de médio e longo prazo para que o país tenha “alguma proteção económica”. A deputada do PAN critica, por isso, as medidas apresentadas esta quinta-feira pelo primeiro-ministro que considera serem requentadas.
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“É por isso que é com alguma incompreensão que vimos hoje Luis Montenegro vestir as vestes de candidato, em vez de primeiro-ministro, e trazer um pacote de medidas que é um pouco requentada em relação ao pacote de medidas para a economia que já tinha apresentado há cerca de um ano” disse Inês Sousa Real.
Sobre as medidas para a habitação, Mariana Mortágua voltou a falar do exemplo holandês que tem um sistema diferenciado de tetos às rendas, “que permite criar tetos adequados às características de cada casa e máximos que não podem ser ultrapassados tendo e conta os rendimentos e os salários”, explicou.
A coordenadora do Bloco de Esquerda tentou aqui marcar uma diferença para com o programa do PAN, alegando que tudo o que Inês Sousa Real propõe já está em vigor e, até agora, não conseguiu resolver a crise da habitação.
“Isso é o que nos estão a prometer há 10 anos e não resulta e os preços não pararam de aumentar”, e “só há um partido que tem uma proposta que permite baixar os preços da habitação para agora que são os tetos às rendas”, garante Mariana Mortágua.
No final do debate, Inês Sousa Real procurou marcar as diferenças com o Bloco de Esquerda no que toca à taxação das empresas petrolíferas e, no minuto final de apelo ao voto, a deputada do PAN pediu mais força ao partido para voltar a ter um grupo parlamentar.
Mariana Mortágua encerrou o frente-a-frente sublinhado as convergências, mas também as diferenças com o PAN e voltou a dizer que “não sei como se compatibiliza taxar lucros excessivos com descer uma taxa de IRC”.