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Legislativas

Programa da AD "choca com a realidade", diz PS

11 abr, 2025 - 21:46 • Lusa

Medidas anunciadas por Luís Montenegro são "caminho para o desastre", afirma dirigente do PS António Mendonça Mendes.

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O PS defende que o programa eleitoral da AD "choca com a realidade" e "não é sério nem credível", considerando que um Governo "a várias vozes" sobre a questão do défice "não oferece credibilidade aos portugueses".

"O programa da AD choca com a realidade. Desde logo com a realidade que nos dão as instituições nacionais e internacionais. E choca com o bom senso dos portugueses que adotaram e apreciam as contas certas", disse o deputado e dirigente do PS António Mendonça Mendes, numa primeira reação ao programa eleitoral da AD que foi esta tarde apresentado por Luís Montenegro.

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Segundo o antigo secretário de Estado, "ao contrário do PS, a AD promete um crescimento económico que ninguém antecipa" e diz "uma coisa em Portugal e outra coisa em Bruxelas".

"É um programa que não é sério, que não é credível, que não pode ser levado a sério. Nós precisamos de líderes que nos ofereçam segurança e que nos ofereçam credibilidade", acusou o socialista.

Perante o aviso deixado na véspera pelo Conselho de Finanças Públicas, para Mendonça Mendes "é muito surpreendente" que hoje Luís Montenegro tenha aquilo que diz ser "um exercício de tão pouca seriedade, que é de dar a ilusão de que pode fazer uma coisa que efetivamente não pode fazer".

O dirigente socialista considera que só haveria dois cenários caso a AD vencesse as eleições: em caso de execução do programa eleitoral "seria o caminho para o desastre" ou então a "falta de seriedade" que acusa primeiro-ministro de ter fará com que "não cumpra aquilo que está no programa eleitoral porque não é possível fazê-lo".

Mendonça Mendes disse que o líder do PS, Pedro Nuno Santos, "pertenceu a um governo que colocou o país com contas certas e sólidas", acusando o Governo de Montenegro de as ter destruído no último ano.

"O Conselho de Finanças Públicas foi muito claro sobre a irresponsabilidade da trajetória orçamental do governo e aquilo que os portugueses devem procurar é a segurança de líderes como Pedro Nuno Santos, que têm uma garantia com o país", apelou, considerando que não se pode "entrar em aventuras".

Segundo o socialista, "o crescimento médio do PIB de 2,9 % no horizonte até 2029 que a AD apresenta no seu cenário macroeconómico é desmentido pelas projeções do Conselho de Finanças Públicas, do Banco de Portugal e do FMI", além de ser "altamente imprudente".

"Mas também é desmentido pelo próprio Governo, que apresentou em Bruxelas um crescimento médio de 2 % no plano orçamental de médio prazo. Isto não é sério. E este truque do ilusionismo não é novo", criticou.

Segundo Mendonça Mendes, este "é um truque que pretende ficcionar o crescimento do PIB para justificar a entrada de promessas eleitorais".

"É com esse truque de ilusionismo que Luís Montenegro desmentiu hoje, na apresentação do programa eleitoral da AD, o seu ministro das Finanças, que já hoje assumiu, na reunião do Eurogrupo em Varsóvia, que Portugal entre em défice no próximo ano, tal como, aliás, o PS já tinha antecipado e tem no seu cenário orçamental do programa eleitoral", apontou.

O socialista recordou a conferência de imprensa do ministro da Economia da véspera, na qual Pedro Reis "admitiu num primeiro momento défice, mas foi prontamente advertido pelo primeiro-ministro para voltar a não falar a verdade".

Um dia após o CFP ter previsto o regresso a uma situação de défices orçamentais a partir de 2026, Miranda Sarmento disse hoje: "Posso garantir que, com estas condições económicas, com a informação que temos hoje, nós projetamos excedentes orçamentais para os próximos anos".

"E recordo que em outubro nós entregámos um plano orçamental médio prazo a Bruxelas, [...] que prevê superávites nos próximos anos - menos em 2026, é verdade, por causa do efeito dos empréstimos PRR --, mas prevê superávites nos próximos anos e prevê um crescimento da despesa líquida primária dentro daquilo que era o teto assumido pela Comissão Europeia", disse o ministro.

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