13 abr, 2025 - 23:21 • Hugo Monteiro
O líder do CDS, Nuno Melo, disse que o PAN, ao querer "reintroduzir a manifestação de interesses", a única coisa que oferece aos imigrantes é "a rua, o sofrimento e a exploração".
No debate com Inês Sousa Real, na SIC, o representante da coligação PSD/CDS afirmou que esta é uma posição que "não é humanismo", mas antes "de profunda crueldade". Uma situação que "em certa medida, é muito responsável também pelo aumento sem abrigo em Portugal".
Nuno Melo disse que os "extremismos estão no PAN, ao dizer que vem toda a gente e que não há problema nenhum, e no Chega que diz que não entra ninguém, o que também é um disparate".
Na resposta, a líder do PAN alegou que "as políticas que Luís Montenegro e o seu Governo vieram trazer para o país em matéria de imigração, trazem uma falsa perceção" sobre a questão.
Colando as posições do Executivo às do Chega "que trouxe para cima da mesa uma agenda do medo em relação aos imigrantes e ignorando até que um dos maiores problemas de segurança do nosso país é a violência doméstica e os crimes de violação". Uma matéria em que, segundo Inês Sousa Real, Luís Montenegro "coloca-se ao lado daquilo que é o negacionismo".
"Quando tem as vestes Primeiro-Ministro diz que a violência doméstica não é um problema para o país. Quando tem as vestes de candidato, já diz que a violência doméstica é um problema para o país", sublinhou.
Num debate em que os dois líderes partidários praticamente não concordaram em nenhum tema, Inês Sousa Real acusou o governo de permitir a tortura e a chacina de animais com touradas e caça. No debate na SIC, a líder do PAN disse que nestas matérias o executivo segue em contraciclo com a maioria dos portugueses.
Já Nuno Melo disse não ser um ditador de consciências e que apesar de gostar "muito de animais", coloca as pessoas primeiro. O líder do CDS garantiu não ter a intenção de "impor aos outros nenhum modelo de vida" e que "seguramente" não tem "que aceitar o modelo de vida do PAN".
"Sou omnívoro e tenciono continuar a ser", afirmou.
Quanto a um eventual apoio a um governo minoritário da coligação, Inês Sousa Real disse ser algo muito difícil com as atuais políticas de Luís Montenegro.
Ao longo do debate, Nuno Melo defendeu que "a AD e o Governo descomprimiram a sociedade" e que "a rua está tranquila", depois de quase um ano de Executivo que contrariou "os profetas da desgraça".