14 abr, 2025 - 18:47 • Pedro Mesquita , com redação
O antigo ministro da Educação João Costa apresentou queixa na Polícia Judiciária (PJ) depois de ter recebido ameaças de morte anónimas, por email.
A mensagem eletrónica dirigida a João Costa refere que "um socialista bom é um socialista morto”.
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O ex-ministro no Governo de António Costa não responsabiliza diretamente ninguém, mas em declarações à Renascença adverte que são práticas moralmente legitimadas pela extrema-direita
“Recebi um email com uma ameaça muito explícita de morte devido à existência de conteúdos relacionados com a educação sexual e igualdade de género na disciplina de Cidadania, a partir da partilha de informação falsa, de um suposto manual escolar, que é falsa a imagem”, explica João Costa.
Apesar de não ter pedido proteção pessoal, o ex-governante ponderou e chegou à conclusão que valia a pena denunciar, “porque são crimes de ódio”, sublinha.
“A ameaça em concreto é que me prepare, porque vou pagar pelo que fiz ao pôr ‘terrorismo homossexual nas escolas’, uma chalupice deste tipo, e que pagarei porque, como eles dizem, ‘um socialista bom é um socialista morto’ e, portanto, que eu espere que brevemente isso acontecerá”, conta João Costa.
A ameaça foi anónima, mas este comportamento pode ser associado a “vários movimentos inorgânicos” de extrema-direita, “como o Habeas Corpus, o 1143 e outros desse tipo”, sublinha.
O ex-ministro socialista considera que existe, atualmente, “uma legitimação moral e política deste tipo de comportamentos que a extrema-direita, não só em Portugal, mas por todo o mundo, tem vindo a promover”.
“Eu faço aqui uma distinção clara entre o que é uma autoria material e o que é uma autoria moral deste tipo de comportamentos”, sublinha.
Questionado se o Chega pode ter uma alegada autoridade moral neste tipo de situações, João Costa admite que sim.
“Sim, no sentido em que o crescimento do Chega e o comportamento dos seus deputados, dos seus membros, quando espalham mensagens de ódio pelas redes sociais, quando recorrem à calúnia, à difamação, ao insulto, estão obviamente a criar um ecossistema que legitima este tipo de comportamentos”, remata o antigo ministro da Educação.