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Legislativas 2025

Chega vs. CDU. Explicações de Pedro Nuno Santos e um "mundo grande de diferenças"

16 abr, 2025 - 23:52 • Filipa Ribeiro

André Ventura quer os partidos a exigirem explicações ao líder do PS sobre o caso da compra de casas em Lisboa, Paulo Raimundo pede que o debate político se centre noutras questões. Líder do PCP assumiu que vota contra as propostas do Chega para "não alimentar a demagogia".

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Com "um mundo muito grande de diferenças" entre ambos, o debate entre PCP e Chega começou com a André Ventura a desejar que "Pedro Nuno Santos dê tantas explicações [sobre a compra de casas em Lisboa] como as que exigiu a Luís Montenegro".

O debate na CNN Portugal arrancou com a averiguação preventiva do Ministério Público ao caso de Pedro Nuno Santos, conhecida esta quarta feira, com o líder do Chega a defender que os partidos não devem ter agora com Pedro Nuno Santos uma "exigência diferente" da que a que tiveram com Luís Montenegro.

Em resposta, o secretário-geral do PCP afastou-se por completo da acusação de André Ventura. "Não deve ser para mim", disse.

Sobre o caso que envolve Pedro Nuno Santos, Paulo Raimundo defendeu que o espaço para os esclarecimentos do líder do PS é junto às autoridades e que o processo deve ser investigado o mais depressa possível. Apesar de "não negar a importância do caso", o líder da CDU não quer que "o debate político se centre nestas questões" esquecendo os problemas do país desde a Educação à Saúde. "Vamos ficar afunilados nestes temas que são impostantes mas que estão muito longe da vida das pessoas", defendeu.

Com a guerra tarifária iniciada por Donald Trump na ordem do dia, os partidos tomaram posições diferentes sobre como lidar com a atual guerra comercial.

André Ventura do Chega, sem se distanciar claramente do presidente norte americano, sublinhou que "não é o presidente dos Estados Unidos da América" e realçou que a Europa devia fazer o mesmo que os norte-americanos.

O líder do Chega defende que a única solução é avançar com mais protecionismo da economia na Europa. "Há muito tempo que não devíamos estar sujeitos a um regime amigo de Paulo Raimundo, a China que nos invadiu com vestuário, têxteis, calçado e mão de obra escrava", disse.

André Ventura lembra que o bloco europeu "é rico" e deve proteger a indústria, a agricultura e os trabalhadores. Questionado sobre se defende mais protecionismo, responde: "Respondemos como aos EUA? Ficamos agachados e calamo-nos?".

Depois de ouvir o líder do Chega, Paulo Raimundo acusou André Ventura de estar "de acordo com Donald Trump" e diz que o Chega fala de um bloco europeu que esquece Portugal.

O líder do Partido Comunista defendeu que Portugal é um país soberano e que "deve produzir mais alimentos ou medicamentos" sem se "vergar à União Europeia".

O "mundo grande de diferenças" entre os dois partidos surgiu quando a discussão se centrou em impostos, com Raimundo a considerar que a descida de IRC para 15% defendida pelo Chega traria problemas para a função pública. "Não se pode fazer as opções de André Venturam que, por curiosidade, é o mesmo modelo que existe na Rússia", disse.

Paulo Raimundo adiantou que a proposta do Chega significa um corte de 2,5 mil milhões de euros questionando André Ventura como é que explicará o corte aos "professores, enfermeiros, forças de segurança e demais trabalhadores" da Função Pública.

No dia antes de apresentar o programa do partido, André Ventura defendeu a proposta do Chega, dizendo que o IRC não se destina apenas a "grandes multinacionais", mas também as "pequenas e médias empresas", afirmando que há um grande distanciamento entre os partidos. "Há um mundo entre nós de diferenças", afirmou André Ventura.

Os dois partidos voltaram novamente as costas no ponto sobre os salários, com o PCP a afirmar que nunca votou a favor de nenhuma proposta do Chega para "não animar a demagogia e a hipocrisia", tendo como resposta o líder do Chega a acusar o PCP de ter "palas de extrema esquerda".

O PCP quer aumentar o salário mínimo nacional já em junho para os mil euros enquanto que o Chega não quis adiantar no debate qual será a proposta que terá no programa eleitoral.

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