16 abr, 2025 - 14:01 • Susana Madureira Martins
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, considera que a “imprevisibilidade” do Presidente dos Estados Unidos “suscita preocupação, como é evidente”, mas alerta que Portugal tem uma relação com aquele país que “deve ser preservada, deve ser protegida”.
Confrontado com as declarações do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, que defende, em entrevista à Renascença que Donald Trump, tal como Hitler, defende um “espaço vital”, o secretário-geral do PS usa da cautela, assumindo, contudo, que a “imprevisibilidade” do líder americano é “um problema”.
Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas na sede do PS, em Lisboa, após uma reunião com a presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!), Maria do Rosário Gama, usou da cautela, pedindo que Portugal faça “todos os nossos esforços para preservar essa relação”.
Na mesma resposta, o líder socialista aproveitou para lançar uma farpa ao Governo da AD. “Preservar” as relações com a América, “não significa que nós não devamos defender os nossos interesses”, diz Pedro Nuno. “Devemos defender, devemos ser firmes na defesa e na relação com os Estados Unidos da América”, salienta o líder socialista que dá o recente exemplo do questionário recebido pelas Universidades portuguesas.
“Temos uma relação para manter. O que nós precisamos é que depois, em alguns momentos, o Governo em Portugal mostre essa firmeza. A firmeza que, por exemplo, não mostrou quando as nossas universidades começaram a receber inquéritos da administração norte-americana. O governo português e o ministro dos Negócios Estrangeiros já deviam ter chamado o embaixador norte-americano para lhe explicar que o governo português não faz aqueles inquéritos às universidades, muito menos fazem governos, ou devem fazer, governos estrangeiros”, concluiu o líder socialista.
Convidado, mais uma vez, pelos jornalistas a dizer se acompanha ou não as declarações de D. José Ornelas, o secretário-geral do PS não quis alongar-se, repetindo, de novo, que a “imprevisibilidade do presidente dos Estados Unidos da América é um problema para nós, mas, obviamente, que nós temos uma relação antiga com os Estados Unidos da América que deve ser preservada”.