16 abr, 2025 - 16:31 • Pedro Mesquita , Ricardo Vieira , Susana Madureira Martins , com Lusa
Nas reações à morte do antigo ministro João Cravinho, aos 88 anos, o Presidente da República "manifesta profundo pesar" e recorda o "político multifacetado que exerceu os mais diversos e exigentes cargos públicos".
João Cravinho foi "ministro da República em vários Governos, deputado à Assembleia da República em várias legislaturas e deputado ao Parlamento Europeu, onde aliás foi vice-presidente", e "destacou-se como presidente da Comissão Independente para a Descentralização", sublinha Marcelo Rebelo de Sousa, em comunicado.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
"Multifacetado, pautou a sua vida por uma defesa incansável da ética na política e na vida pública, lutando sempre contra a corrupção e desempenhando os mais diversos cargos com desassombro e coragem", sublinha o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa apresenta "as suas sentidas condolências à família e amigos, bem como ao Partido Socialista, ao qual pertenceu".
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, lamentou a morte do ex-ministro João Cravinho, considerando-o uma “referência ética e política” com um “percurso notável ao serviço da democracia” e um exemplo de integridade que vai perdurar.
Informação foi confirmada à Renascença por fonte l(...)
“Em meu nome e em nome do Partido Socialista, expresso o mais profundo pesar pelo falecimento de João Cravinho. Já transmiti à sua esposa e ao seu filho, em nome de todos os socialistas, a nossa solidariedade e os nossos sentidos pêsames neste momento de luto”, pode ler-se numa publicação nas redes sociais do líder do PS.
Pedro Nuno Santos evocou a “figura histórica do PS” que considerou ser João Cravinho, “uma referência ética e política para várias gerações”.
“Homem de convicções firmes, com um percurso notável ao serviço da democracia, destacou-se pela sua visão exigente da política como espaço de serviço público e por um olhar visionário sobre a transformação da indústria portuguesa e sobre a mobilidade no território”, elogiou.
Para o líder do PS, a memória de João Cravinho “perdurará como exemplo de integridade e compromisso com o bem comum”.
Manuela Ferreira Leite recorda João Cravinho
Noutra reação do quadrante social-democrata, Manuela Ferreira Leite lamenta a morte de João Cravinho e recorda o "contacto estreito" que mantiveram no Parlamento e também na Renascença, no programa "Falar Claro".
Apesar de se encontrarem "em dois campos ideológicos bastante opostos", não se recorda de ter existido "qualquer ofensa, qualquer forma mais agressiva de tratar os assuntos", sublinha a antiga ministra da Educação e das Finanças.
Manuela Ferreira Leite sublinha que existiu sempre "um grande respeito" entre os dois, naqueles debates semanais, acrescentando que hoje se discute muito menos a política dessa forma.
Ferro Rodrigues recorda João Cravinho como alguém que esteve sempre à frente do seu tempo na luta pela justiça, integridade e contra a corrupção.
Em declarações à Renascença, o ex-líder do PS e antigo colega de Governo do ex-ministro de António Guterres salienta que começou a trabalhar com Cravinho ainda nos anos 70 do século passado, de quem realça a inteligência superior.
“O João Cravinho esteve sempre à frente do seu tempo, com uma grande coragem, sempre com uma grande luta pela justiça, pela integridade, contra a corrupção, pela regionalização e era uma pessoa de uma inteligência superior. E guardo desde o princípio dos anos 70, uma profunda amizade e gratidão por João Cravinho, que sempre foi um social-democrata e um defensor de todas as causas justas, desde muito antes do 25 de Abril”, afirma o antigo presidente da Assembleia da República.
O antigo secretário-geral do PS António José Seguro lamentou a morte de João Cravinho e destacou a “inabalável luta pela ética na vida pública” e o combate contra à corrupção, considerando que o seu exemplo permanecerá.
“Lamento profundamente a perda de João Cravinho, ex-ministro e deputado do Partido Socialista, cuja vida foi marcada pela inabalável luta pela ética na vida pública e pelo combate à corrupção em Portugal”, refere Seguro através das redes sociais.
Segundo o antigo líder do PS o exemplo de João Cravinho “como um incansável defensor da transparência e da integridade na política permanecerá como um exemplo para todos”.
“Ao longo da sua vida revelou sempre um forte empenho pela defesa da causa pública e enorme competência nas áreas em que se envolveu”, elogiou, deixando os sentimentos à sua família.
A antiga presidente do PS, Maria de Belém, recorda João Cravinho como "um homem muito à frente do seu tempo".
Em declarações à Renascença, Maria de Belém lembra os tempos em que trabalharam juntos num governo liderado por António Guterres. Na altura João Cravinho era ministro do Planeamento e Maria de Belém ministra da Saúde.
“Recordo com muita ternura, admiração e amizade. Tivemos uma ótima relação no Governo, mas já conhecia João Cravinho pelas suas posições na política, uma vez que ele era membro do Partido Socialista, creio que desde 1976, tinha enorme prestígio e era muito à frente do seu tempo”, afirma Maria de Belém.