21 abr, 2025 - 23:37 • Susana Madureira Martins
Nem Pedro Nuno Santos nem Paulo Raimundo fecharam a porta a entendimentos no pós-eleições, mas marcaram balizas e deixaram avisos um ao outro. O líder do PS continua a carregar nas tintas do voto útil e, no debate desta segunda-feira na RTP com o secretário-geral do PCP, voltou a defender que “para ter uma agenda para o SNS e valorizar salários precisamos de ter um governo do PS”.
A estratégia de Paulo Raimundo foi colar o PS às opções da AD, centrando-se nos meses em que Pedro Nuno Santos deu a mão ao Governo de Luís Montenegro.” É mentira ou é verdade que o PS viabilizou o programa e o Orçamento da AD? É verdade”, disparou o líder comunista.
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Um eventual caminho a dois no futuro não está colocado de parte, mas está envolto em muitos “ses”. “Se é para continuar por caminhos diferentes com o mesmo rumo connosco não contam”, avisou Paulo Raimundo, que acrescentou: “Temos de responder aos problemas das pessoas. Se é para este caminho contam connosco”.
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Raimundo puxou a fita do tempo atrás e salientou que, se em 2021 o Governo de António Costa tivesse viabilizado medidas do PCP, os problemas que persistem agora na Saúde poderiam “ter sido resolvidos há mais tempo”. O líder comunista carregou nesta tecla, o que levou Pedro Nuno Santos a acusar o toque.
“O PCP comete um erro histórico ao fazer a equiparação entre o PS e a AD”, acusou o líder socialista, que justificou o conforto que foi dando a Luís Montenegro ao longo do último ano. “O PS não deu estabilidade à AD, mas ao país. O PS não ganhou as eleições, respeitámos os resultados eleitorais”, alegou Pedro Nuno, que sentenciou: “O PS mostrou sentido de Estado”.
Raimundo acusou Pedro Nuno de trazer uma frase feita para o debate e de ter levado o Governo “até ao limite das possibilidades”. Quanto ao voto útil no PS, o líder comunista socorreu-se dos tempos da Geringonça para rebater: “Sabemos bem o que foi preciso para haver aumento extraordinário das pensões”, defendendo que “a única forma de garantir isto tudo é dar mais força ao PCP. Foi sempre assim”, rematou.
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A ponte entre os dois líderes de esquerda nunca se rompeu, mas Raimundo pediu um PS diferente, porque, “face à imprevisibilidade, é preciso coragem e determinação para enfrentar a direita e a extrema-direita”.
Já no final do debate, moderado pelo jornalista Hugo Gilberto, o líder do PCP pediu a Pedro Nuno: “Ou há uma opção ao serviço da maioria ou não há”, acusando o programa eleitoral do PS de ser “poucochinho” e o choque salarial proposto pelos socialistas de ser “um espirro”.
Também no final, Pedro Nuno Santos foi confrontado com a retirada do apoio do PS ao presidente da distrital de Braga e recandidato à Câmara de Vizela, Victor Hugo Salgado, acusado por violência doméstica e justificou a opção. “Em matéria de violência doméstica, o PS não vacila e foi tomada um decisão firme e definitiva” sobre o caso.