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25 de Abril

Marcelo. "O que tem Francisco a ver com o 25 de Abril? Tudo! Tudo! Tudo!"

25 abr, 2025 - 12:11 • Filipa Ribeiro

No seu último discuso como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa compara a madrugada de 25 de Abril de 1974 e a revolução dos cravos com a mensagem do Papa Francisco e sublinha as semelhanças "desde a dignidade humana, a paz, a justiça, a liberdade e a igualdade". Comparação é feita também por mais partidos políticos.

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Vídeo. Reveja os principais momentos da Sessão Solene do 25 de Abril
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Foi a última vez, que Marcelo Rebelo de Sousa participou como Presidente da República nas comemorações do 25 de Abril. O chefe de Estado optou por marcar o discurso com a comparação entre a revolução dos cravos e o Papa Francisco. "O que tem Francisco a ver com o 25 de Abril? Tudo! Tudo! Tudo!", afirmou.

O Presidente da República aponta como semelhanças a "dignidade, a paz, a justiça, a liberdade e a igualdade" entre a revolução e a mensagem sempre defendida pelo Santo Padre.

Depois de ouvir todos os partidos, em que o momento de campanha eleitoral não ficou completamente esquecido, Marcelo Rebelo de Sousa apelou aos atores políticos que optem, nesta data, por uma mensagem nas comemorações do 25 de Abril "mais de ação do que de proclamação. Mais de serviço do que de missão já cumprida. Mais de futuro do que passado para que não se confunda o fundamental com o assessório".

O Chefe de Estado recuou ainda a 1974, para comprar o contexto em que surgiu a revolução com o mundo atual. Marcelo Rebelo de Sousa recordou que na noite em que se iniciou a revolução decorria " a Guerra fria, havia corrida ao armamentos, havia conflitos dispersos e no Médio Oriente". Uma tempo que o Chefe de Estado realçou que é semelhante ao atual no qual decorreu o pontificado do Papa Francisco.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda que a comemoração do 25 de Abril ocorre pela primeira vez, em 5 anos, com o "parlamento dissolvido e luto nacional" e sublinha que o 25 de Abril é "o pleno e descomplexado abraço a todas as pessoas e a radical humildade que nos ensinou Francisco".

Em dia de luto nacional, o Papa Francisco foi recordado por quase todas as bancadas com exceção da bancada da Iniciativa Liberal. Houve, aliás, um voto de pesar da Assembleia da República, aprovado por unanimidade. em que José Pedro Aguiar Branco o recordou como "com amigo de Portugal".

No Partido Socialista Pedro Nuno Santos mencionou Francisco para dizer que "celebrar Abril é celebrar o Papa Francisco, a sua memória, a sua vida e a sua mensagem". Já no PSD, a deputada Teresa Morais recorreu ao Papa para pedir aos jovens que se "envolvam civicamente e enfrentem os desafio do mundo real cultivando a paz como tanto pediu Francisco".

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, lembrou que o país ainda vive o 25 de Abril na defesa de "todos, todos todos", recorrendo à expressão do Papa Francisco que diz que estão a ser "cinicamente ignoradas". Ainda à esquerda Isabel Mendes Lopes do Livre, recorreu "à mudança de época" realçada por Francisco para realçar o atual contexto mundial.

O Papa Francisco e a importância da revolução dos cravos foram dos únicos pontos em comum entre a maioria dos partidos que deixaram ainda críticas ao Governo que decidiu cancelar parte dos eventos previstos para 51º aniversário da revolução com o secretário geral do PS a sublinhar que "enquanto o povo saí à rua, o Governo fica a ver da janela".

Como é quase já habitual, a comemoração da revolução dos cravos terminou com as bancadas, à exceção do Chega, a cantar o "Grândola Vila Morena". Já os deputado estavam fora do plenário e gritou-se "25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais".

Numa sala pintada com cravos vermelhos, menos a bancada mais à direita, o 51º aniversário do 25 de Abril é comemorado com um parlamento dissolvido, em dia de luto nacional e a três semanas de o país partir para novas eleições legislativas a 18 de maio.

Reveja aqui a comemoração na Assembleia da República.

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