13 jan, 2016 - 14:37 • Susana Madureira Martins
A campanha de Maria de Belém Roseira dedicou-se esta quarta-feira à igualdade de oportunidades. Começou com uma conversa em Espinho, com mulheres que tiveram de batalhar por uma profissão após dificuldades de saúde, passando depois na fábrica de carteiras Cavalinho em Santa Maria da Feira.
A candidata presidencial sublinhou o facto de 80% dos 80 trabalhadores da Cavalinho serem mulheres, dedicadas a um trabalho manual de pormenor. “Tudo mulheres, porque é um trabalho muito pormenorizado e de perfeição. O produto tem de sair com tudo muito bem rematado e tudo muito bem alinhado e é preciso muito controlo manual para fazer estes pontos todos certinhos e direitinhos”, apontou Maria de Belém.
Nesta fábrica todos ganham o mesmo, homens e mulheres, e todos acima dos 600 euros, explica o proprietário da Cavalinho, Manuel Azevedo. “Com rara excepção para quem possa entrar de novo, mas de resto é tudo acima do salário mínimo. Aqui a mulher trabalha tanto ou mais do que o homem, portanto ganha aqui tanto ou mais do que o homem. Não há discriminação. Nisso podemos dizer que somos exemplo.”
O facto foi notado por Maria de Belém. “Uma das causas da minha candidatura é batalhar pelo cumprimento da lei: para igual trabalho, igual salário”, sublinhou.
Quanto ao reduzido número de trabalhadores homens nesta fábrica, ficou a ironia da candidata. “Vejo que os senhores vossos colegas estão com uma cara muito feliz, o que significa que o ambiente profissional é bom e que as colegas tratam muito bem os colegas.”
A Cavalinho tem lucros anuais a rondar um milhão de euros e produz cerca de 300 malas por dia. 80% da produção é para o mercado nacional. O restante espalha-se por Espanha, Suíça, Luxemburgo e Estados Unidos da América.