O Bispo de Bragança-Miranda publica, esta sexta-feira, dia em que se assinalam os 470 anos da fundação da diocese, uma Nota Pastoral sobre o sentido autêntico das festas cristãs.
D. José Cordeiro evoca a chegada das férias do verão e o consequente aumento da população nas Paróquias e nos Santuários, para dizer que este é o momento do “reencontro com a família, com as tradições e com as raízes de quem teve de emigrar para longe da sua casa e da sua terra” e “ocasião favorável à celebração de muitas festas cristãs”.
“Fazemos festa porque é bom viver e alegrarmo-nos juntos. O cristianismo é essencialmente o seguimento da pessoa de Jesus Cristo em todos os momentos da vida humana”, refere.
Convidando os fiéis a serem “pertença efectiva e afectiva” na fé da Igreja, através da “feliz celebração” das festas tradicionais e populares do padroeiro e dos Santos, para que “sejam vividas de modo responsável e verdadeiramente cristão”, o prelado aproveita também para denunciar que “alguns mordomos e comissões de festas se movem mais nas vertentes económica e lúdica das festas do que na sua dimensão cristã fundamental”.
“Algumas organizações ou comissões de festas chegam até a contradizer o Evangelho e a fé da comunidade cristã, devido ao desequilíbrio, às vezes escandaloso, nos seus gastos com os elementos exteriores”, denuncia o bispo, apelando à superação do “aspecto pagão, comercial, utilitarista e laicista da festa”.
“Precisamos de recuperar ou não deixar perder o sentido cristão da festa”, diz o prelado, pedindo também um “maior cuidado com a gestão das esmolas”, salientando que “as colectas (ofertórios) e as promessas levadas ao altar da Eucaristia devem reverter exclusivamente para o culto, a evangelização e a caridade”.
D. José Cordeiro termina a sua Nota Pastoral com o apelo a que não se esqueça “a dimensão comunitária da fé”, expressa na partilha para as necessidades colectivas da diocese, e agradece às comissões de festas, mordomias e confrarias que, “em colaboração com os párocos se dedicam, dando generosamente muito do seu tempo, para que as comunidades possam celebrar as festas paroquiais”.