Festival da Canção Cristã. Jovens católicos sobem ao palco para mostrar que “Jesus está sempre na música”

Foi sempre a subir. Depois de ganhar o festival vicarial e diocesano, a banda da paróquia de Monte Abraão vai agora representar o distrito de Lisboa no Festival da Canção Cristã: “por enquanto, ainda não estamos nervosos”, conta-nos, entre risos, Tânia Pinto, a voz principal deste grupo com cinco membros.

Pelas 16 horas deste sábado, quem estiver perto da pala do Pavilhão de Portugal em Lisboa vai poder olhar o rio Tejo com música à mistura. 20 bandas, uma por cada diocese portuguesa, vão subir ao palco para cantar músicas originais, inspiradas no tema “Alegria e Esperança”, que vão ser depois avaliadas por um júri composto por cinco personalidadas ligadas à música e à Igreja Católica.

“Nós vamos ser os últimos. A culpa é do Miguel, que é o único baterista canhoto e vai obrigar a organização a mudar a bateria”, denuncia Tânia, enquanto o culpado se ri e se vai encaminhando para o estúdio de ensaios, na cave da paróquia de Monte Abraão, concelho de Sintra.

São apenas seis metros quadrados, mas onde cabem amplificadores, um piano, uma bateria, um baixo, uma guitarra e o mais importante – os cinco paroquianos que deram mais um salto de fé ao participarem no concurso.

“Eu, o Miguel e a Tânia já costumamos cantar em eventos aqui da paróquia e, nos últimos anos, a Rosa juntou-se a nós. Quanto ao 'Trigueiros', é a primeira vez que vai tocar connosco. (...) Todos temos formação em música, mas, pelo menos eu, não sabia nada destes festivais”, confessa Michael Cranmer, baixista e um dos vocalistas da banda.

A história é simples: um dos seminaristas da paróquia, Afonso Sampaio Soares, escreveu a música, criou os primeiros acordes e começou a criar um grupo para participar na 25.ª edição do festival. A partir daí, foi só dar-lhe nome – “Brilhou uma grande Luz” – afinar as vozes e os instrumentos e carregar no play.

“Tentamos passar uma mensagem de esperança. Mesmo em momentos mais difíceis, [queremos mostrar] que a luz está lá, a luz que é Jesus. Termos sempre esta certeza, desta companhia na nossa vida”, esclarece Michael.

Para sábado, o ritual vai ser o mesmo – rezar antes de subir a palco e esperar que os nervos não atrapalhem a atuação. A única diferença vai mesmo ser o número de vozes a cantar: aos dois vocalistas, vão juntar-se, pela primeira vez, a pianista Rosa e o guitarrista Tomás Trigueiros: “isto se não se esquecerem de me pôr o microfone à frente, como aconteceu da última vez”, brinca o guitarrista.

Entre os objetivos do festival apontados pelo Patriarcado de Lisboa, está o de invocar o espírito que se viveu durante a JMJ – algo que Tânia aplaude, para que “não haja desperdício em se organizar eventos tão grandes” e depois “não haja continuidade desta vontade de estarmos juntos e alegres em Cristo”.

O Festival da Canção Cristã está de regresso este sábado para a sua 25.ª edição, depois de um interregno de quatro anos devido à pandemia e à JMJ. Está integrado no festival Rejoice, que decorre este fim de semana na pala do Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa.

O evento pretende preparar o Jubileu dos Jovens em Roma em 2025 e tem um cartaz recheado de propostas culturais. No sábado à tarde, está marcado um "DJ set" do padre Guilherme, que se popularizou na JMJ, e também um concerto do Matay. À noite, pelas 21h30, começa uma vigília de oração, com dois testemunhos de jovens sobre relação da fé com a paz.

No domingo, o dia começa com encontros Rise Up, de catequese e oração, espalhados pela cidade de Lisboa e, depois do almoço, o festival Rejoice fecha com uma missa de envio.