10 jan, 2025 - 09:00 • Henrique Cunha
A presidente da Federação Portuguesa pela Vida( FPV), Isilda Pegado, diz que se está, na questão do aborto, "a legislar no escuro, sem conhecimento da realidade do país”.
"Sabemos através de uma rede de mais de 20 instituições espalhadas por todo o país e pelos relatos que nos aparecem de casos concretos que a atual lei do aborto, em grande parte, serve como remédio para a pobreza e para as dificuldades que as mulheres encontram”, diz a dirigente associativa à Renascença.
“Quando se diz que estamos a tratar da liberdade das mulheres, é mentira. Aquilo que nós estamos a tratar é de uma forma de exclusão de alguns na sociedade”, adverte.
Isilda Pegado lembra o contexto social e económico que o país está a viver para reforçar as suas críticas aos partidos que propõem alterações à atual legislação: “Vivemos uma grave crise de natalidade. Vivemos com dificuldades sérias, quer a nível económico, quer a nível social quer a nível da habitação. E numa fuga para a frente a extrema-esquerda vem propor a ampliação do prazo de prática do aborto, por razões puramente ideológicas."
Por outro lado, a presidente da FPV classifica de "retrocesso de séculos" a tentativa de negar o direito de objeção de consciência aos médicos.
“Tão grave quanto a questão da ampliação das semanas em que é despenalizado o aborto, porque o aborto é sempre um crime é de facto a negação do direito à objeção de consciência que se quer impor aos médicos. É um retrocesso de séculos na nossa civilização”, sustenta.
Para Isilda Pegado, “a atual lei não pode ser legislada por via legislativa simples, uma vez que a atual lei foi sujeita a referendo em 2007".
"Quanto a nós, só por referendo é que pode ser alterada”, remata.