12 jan, 2025 - 16:10 • Aura Miguel
O Papa consideraa que a história do povo cigano está marcada “por incompreensão, rejeição e marginalização”.
Numa Mensagem dirigida aos ciganos, a propósito dos 600 anos da sua presença em Espanha, Francisco reconhece, no entanto, que, mesmo nos momentos mais duros, os ciganos descobriram a proximidade de Deus, uma vez que o próprio Deus “peregrina na história com a humanidade e fez-se nómada com o povo cigano”. É que “Jesus também nasceu em Belém, sob o signo da perseguição e da itinerância”, recorda.
A coincidência do Jubileu com os 600 anos da presença dos ciganos em Espanha motivou o Papa a convidá-los a serem “peregrinos de esperança para tantas pessoas que perderam a alegria de viver”.
Francisco sublinha “o esforço realizado nas últimas décadas pelo povo cigano, pela Igreja e pela sociedade espanhola, em levar a cabo um novo caminho para uma inclusão respeitadora da própria identidade”. Trata-se de um percurso “que já produziu tantos frutos, mas onde é preciso continuar a trabalhar porque ainda há preconceitos a superar e situações dolorosas a enfrentar”, reconhece.
O Santo Padre elogia alguns valores do povo cigano, como o respeito pelos idosos, o sentido de família, o cuidado pela criação, “a condição de peregrinos a caminho da pátria celeste e a capacidade de manter a alegria e de fazer festa, mesmo quando existem nuvens negras no horizonte”.
A Mensagem do Papa elogia os exemplos dos ciganos beatos Emilia Fernández Rodríguez e Ceferino Giménez Malla (também conhecido como Pelé), mártires da fé durante a guerra civil espanhola. Francisco recorda-os como “mestres de fé e de vida pelos ciganos”, pessoas “humildes e corajosas, que nos recordam a importância da oração e do encontro com Deus, fonte de alegria, de fraternidade, de esperança e de caridade.”