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Bispos franceses "horrorizados" com abusos sexuais alegadamente cometidos por Abbé Pierre

14 jan, 2025 - 11:12 • Olímpia Mairos

Diante da gravidade dos novos factos e da magnitude do número de vítimas que a terceira série de testemunhos sugere, o presidente da CEF, D. Eric de Moulins-Beaufort, prestará declarações nos próximos dias.

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Os bispos franceses mostram-se "chocados e horrorizados" com os novos dados publicados sobre os abusos sexuais cometidos pelo padre Pierre, fundador da Comunidade Emaús.

O número de factos conhecidos perpetrados por este padre que era tão admirado é horrível”, lê-se no comunicado da Conferência Episcopal Francesa, na sequência da publicação na segunda-feira pela “Emmaüs France” de um relatório do qual emergem novas revelações e novos testemunhos de agressões sexuais cometidas pelo fundador Abbé Pierre.

No relatório agora publicado surgem nove novos testemunhos de violência sexual, abuso de menor e agressões sexuais, incluindo incestuosas, contra uma mulher que fazia parte da família.

“É chocante perceber que ele usou a sua aura mediática e o trabalho social que construiu, despertando, em seu rastro, o compromisso de tantos franceses a serviço dos mais pobres, para abusar sexualmente de mulheres, crianças e pessoas em situações precárias. A Conferência Episcopal expressa a sua proximidade a todos”, lê-se.

“Consciente da importância, no caminho de reparação das vítimas, de ouvir e reconhecer a violência sofrida”, a Conferência Episcopal convida “qualquer pessoa que tenha sido agredida pelo abade Pierre a se aproximar, se desejar, de um dos dispositivos de escuta ou apoio” colocados em prática pela Igreja ou pela Comunidade Emaús, para lançar luz sobre a “verdade”, ouvindo as vítimas.

A Conferência Episcopal da França reitera também a sua determinação em “ajudar o máximo que puder para que seja revelada toda a verdade possível sobre os crimes cometidos pelo abade Pierre e os silêncios de que poderia ter beneficiado” e confirma que os seus arquivos “estão à disposição dos membros da Comissão Histórica anunciada pela Emaús, e que estão à disposição das autoridades judiciais, se necessário”.

Diante da gravidade dos novos factos trazidos à luz e da magnitude do número de vítimas que esta terceira série de testemunhos sugere, o presidente da CEF, D. Eric de Moulins-Beaufort, que é também arcebispo de Reims, prestará declarações nos próximos dias.

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